Hotel Excelsior - RJ by Erwin Galtier

OBRAS EM
DESTAQUE
Retrofit alavanca o setor vidreiro

 

Hotel Excelsior.PNG

Grave bem esse nome: Retrofit. A palavra ( Retro, do latim, significa movimentar-se para trás. Fit , termo inglês que se traduz por: adaptação, ajuste) é o novo conceito na arquitetura no Rio de Janeiro e que certamente irá ampliar o mercado do setor vidreiro. Se você está pensando em novas obras, esqueça. Retrofit é reformar o que já existe.
Em vista das poucas áreas vazias que sobrarão para se construir na cidade, transformar o velho no moderno será a solução. E aí é que vão ser içadas as placas de vidros laminados nas fachadas de prédios condenados à decadência.

O Hotel Ebony é apenas um exemplo.O prédio,que tinha sua pintura negra descascada e um grande letreiro vermelho, está completamente remodelado. Ganhou formas modernas com vidros e alumínio e um público bem mais exigente.

Mas, quem mais investe na nova tendência arquitetônica é a rede de Hotéis Windsor, que há quatro anos vem
dando aos seus hotéis tradicionais um novo visual futurista. É o caso do Excelsior, localizado na Av. Atlântica, do Plaza, na Princesa Isabel (ambos em Copacabana) e,atualmente,do Guanabara Palace Ho­tel, na Av.Presidente Vargas,que está sendo a grande novidade no Centro do Rio.
Na verdade, todos os hotéis da rede, incluindo os que serão comprados e excluindo os que são tombados, vão sofrer reformas para ganhar este estilo de fachada que se tornou
uma espécie de marca da cadeia.

No caso do Guanabara, a transformação não está só na roupagem mas sim em toda a construção.É sem dúvida,uma grande reforma que o torna um dos maiores hotéis do Rio de Janeiro.

Antes de pertencer à rede Windsor, o hotel, que possuía aproxima­damente 380 apartamentos, estava em ruínas.Ao adquirí-lo,a Windsor também comprou o prédio da es­quina da Rio Branco com a Presi­dente Vargas, além de outros prédios internos que foram anexados.Com isso, o Guanabara vai ganhar 650 apartamentos, garagens,centros de convenções e um pátio interno, com uma passarela que interliga o Hotel às áreas anexadas.

No entanto, é o vidro que vai refletir o novo conceito do Guanabara. "O Hotel vai ocupar toda a esquina, um dos mais importantes pontos do Rio. Suas fachadas vão refletir o céu, as
ruas principais do Centro e a Candelária. É o espelho da beleza urbana, um casamento íntimo com a Cidade Maravilhosa"- empolga-se o arquiteto francês.

Segundo Jacquard,que está responsável por todos os projetos Retrofit da rede,a escolha do vidro foi muito trabalhada no projeto.A cor esverdeada do vidro laminado refletivo tinha por objetivo transmitir beleza e não agredir a paisagem,harmonizando com o alumínio-ouro,que compõe a fachada.

Uma grande reforma que o torna um dos maiores hotéis do Rio de Janeiro. Antes de pertencer à rede Windsor, o hotel, que possuía aproxima­damente 380 apartamentos, estava em ruínas. Ao adquirí-lo, a Windsor também comprou o prédio da es­quina da Rio Branco com a Presi­dente Vargas,além de outros prédios internos que foram anexados. Com isso, o Guanabara vai ganhar 650 apartamentos, garagens, centros de convenções e um pátio interno,com uma passarela que interliga o Hotel às áreas anexadas.
No entanto, é o vidro que vai refletir o novo conceito do Guanabara. "O Hotel vai ocupar toda a esquina, um dos mais importantes pontos do Rio. Suas fachadas vão refletir o céu, as ruas principais d o Centro e a Candelária. É o espelho da beleza urbana, um casamento íntimo com a Cidade Maravilhosa"- empolga-se o arquiteto francês.
Segundo Jacquard,que está responsável por todos os projetos Retrofit da rede,a escolha
do vidro foi muito trabalhada no projeto.
A cor esverdeada do vidro laminado
refletivo tinha por objetivo transmitir
beleza e não agredir a paisagem,harmonizando o alumínio-ouro,que com
A Vidraçaria Maracanã foi quem forneceu e especificou o vidro laminado duplo,garantindo
um conforto acústico e menor índice de calor.”a idéia era escolher o material menos volúvel a intempéries e dar o maior conforto para o hóspede,foi sugerido o vidro duplo laminado,totalizando uma espessura de 22 milímetros.”explica o Diretor da Maracanã,Sílvio Diniz.
Atualmente , o novo prédio do Ho­tel, que dá para a Rio Branco, já está praticamente pronto para receber os hóspedes. Enquanto que o prédio original do Guanabara, que fica na Presidente Vargas, tem o término de sua obra previsto para início de 2003.Só pela fachada, o gerente de marketing da rede aposta no grande sucesso do empreendimento."O as­pecto de modernidade atrai o tipo de hóspede que pretendemos atender: os executivos que estão sempre ligados aos novos tempos. Muitos hóspedes se hospedam no Plaza ou no Excelsior justamente por causa da fachada.", afirma Paulo Marcos.
Gilles Jacquard concorda edita como devem
ser as fachadas das construções antigas do Rio, com vidros por todos os lados. "Se depender de mim, espelho todas as obras.
Acho que não há nada mais bonito do que refletir a beleza da Cidade."- assegura o arquiteto.

Ficha Técnica

Engenheiros:Jorge Craveiro e Benito,da Becran Engenharia

Erwin Dobnig Galtier - Jepracorp

JCPM Recife - PE by Erwin Galtier

SISTEMA GARANTE TRANSPARÊNCIA
JCPM Trade Center, Recife
Jerônimo da Cunha Lima e Viviane Mendonça Arquitetos

 

JCPM - Foto.PNG

Aberto para a paisagem da praia de Boa Viagem, no Recife, o hall do JCPM Trade Center ganhou transparência com a fachada constituída por painéis de vidros curvos - instalados com sistema de peças diagonais e tirantes de aço inoxidável -, conjugados a colunas de vidro incolor.
Com mais de 70 anos  de atuação no Nordeste do país, o grupo JCPM reúne grandes empresas da área de co­municação, além de investir em obras imobiliárias e shopping centers. Um de seus mais recentes empreendimentos é o edifício JCPM Trade Center, erguido na região urbana do Recife, com vista pri­vilegiada para a praia de Boa Viagem e a bacia do rio Pina .
Concebido para ser um edifício de escritórios administrado pelos empre­endedores , o JCPM Trade Center está localizado na conexão da orla com o eixo principal de acesso ao centro da cidade e distante seis quilômetros do aeroporto internacional. Fachadas do tipo pele de vidro possibilitam a vista panorâmica do litoral e destacam a edificação no entorno, ainda tomado por residências.
Construído em ter reno de 6.445,96 metros quadrados, o conjunto é composto por uma torre de 19 andares e um edifí­cio-garagem com cinco pisos. Com lajes medindo aproximadamente 800 metros quadrados, os pavimentos são flexíveis, moduláveis em até cinco unidades. Um grupo de oito elevadores, em amplos halls, faz a circulação vertical.

Ancoragens

As fachadas da torre têm o pano de vidro marcado horizontalmente,  a cada t rês pavimentos, por frentes de laje reves­tidas com painéis de alumínio composto. "As duas linhas - uma opaca e outra trans­parente -, limite entre interior e exterior, sintetizam conceitos operacionais,   com­pondo e qualificando os espaços", explica o arquiteto Jerônimo da Cunha Lima.
Soluções construtivas aplicadas às fachadas permitem total visibilidade e atendem ao desenho levemente curvo da pele de vidro da torre. Os módulos pré­-fabricados foram produzidos com perfis de alumínio, vidros e painéis de alumínio composto, nos anda res previstos. Eles chegaram à obra prontos para fixação, com os pontos determinados, parafusos de ajuste e arranques.
Com consultoria do engenheiro Nel­son Firmino, da Aluparts, a Avec Design desenvolveu o projeto e executou as facha­das da torre e do térreo. O bloco vertical apresenta panos de vidros curvos e pla­nos suavemente refletivos; são laminados Stopsol verdes, de dez milímetros (6 + 4). No térreo, curvos e planos são temperados laminados Stopsol verdes, de 14 milímetros (8 + 6). Com raio de 5,15 metros, os vidros curvos foram aplicados em quadros de alumínio com travessas calandradas.
Segundo José Guilherme Aceto, dire­tor da Avec Design, a maior dificuldade na execução dos planos envidraçados foi o correto posicionamento e alinhamento das ancoragens, que perm item regula­gens de até 50 milímetros sem reforços. O sistema de fachada foi ensaiado  nas câmaras de testes do Instituto Tecnoló­gico da Construção Civil (Itec), em São Paulo. "Apesar da localização em região classificada como 1, os testes seguiram parâmetros da região 4. A pressão de ventos era de 1,5 mil pascals. Na primeira verificação, os ensaios apontaram flecha de seis milímetros, sendo que a permitida era de 15 milímetros", explica Firmino.

Tecnologia de fachadas

A fachada da torre foi construída com módulos que vencem a altura do pavimento, com largura definida pela arquitetura
- no caso, as medidas eram, respectivamen­te, 3,70 metros e 1,25 metro. Esse conceito privilegia o uso do vidro como elemento principal , explorando e acoplando sua resis­tência mecânica às estruturas, com ampla visibilidade e transparência. O sistema tem como base o método de vidro encapsulado em silicone HTV (sigla correspondente a high temperature vulcanization) aplicado no perímetro da peça , que adquire uma borda flexível com dureza controlada.                                                                                                                                        A cor e o desenho são compatíveis com a perfeita interface com o quadro pré-fabricado. A tensão exercida na liga­ção entre o vidro e a estrutura, pela carga aplicada ao painel, é muito melhor absor­vida e proporcionalmente suportada pela triplicada área de apoio e colagem. São utilizados apoios contínuos horizontais para suportar o peso próprio e fixação mecânica contínua nas verticais.
Para a fixação da caixilharia à estru­tura da torre foram usadas ancoragens de alumínio de liga estrutural 6351 T6 e chumbadores químicos de aço inoxidável,instalados pelo lado interno da fachada. Os painéis de alumínio composto foram montados nos arranques do quadro do pavimento inferior, sendo simplesmente encaixados, sem fixação nas ancoragens. Em seus suportes, eles possuem parafusos de ajuste fixo de prumo e nível.                                                 Para atender à plasticidade da pele de vidro, os perfis estruturais, que ficam ocultos, receberam camada anódica na cor preta. Esse tratamento garante perfeita ade­são do selante estrutural e não emite brilho interno na frente de laje, quando observa­do externamente. Os perfis de acabamento - travessas, capas, rodapé e rodateto - rece­beram anodização com padrão inox.
Na obra do JCPM, as juntas entre vidros têm 14 milímetros, tanto nos trechos planos quanto nos curvos. Os quadros foram previamente rejuntados com silicone pastoso, que forma as duas primeiras vedações e permite todos os movimentos de dilatação de maneira elástica. Externa mente, as juntas são acabadas por uma terceira vedação em perfis, de silicone HTV na cor verde. Esse foi o único trabalho executado pelo lado externo da fachada.

Colunas de Vidro

Com pé-direito de 6,70 metros, o térreo ganhou fachada constituída por painéis de  vidros curvos e planos, sus­tentados por  peças diagonais (aranhas) e tirantes de aço inoxidável conjugados às colunas de vidro incolor, com altura igual à do pé-direito. Esse sistema foi especial­ mente desenvolvido para fixação em vigas de vidro. Além de sustentar as placas, as aranhas unem as três partes das colunas. No trecho curvo, os vidros possuem furos paralelos e fixação pontual por meio de coxins elásticos  de  silicone.
As colunas são compostas por três painéis de vidros refletivos temperados e laminados com quatro PVBs. Cada painel mede 150 milímetros de largura e 21 milímetros de espessura, com altu­ras de 2.400 milímetros (o primeiro) e 2.150 milímetros (os outros dois).  Eles são emendados com uma  liga elástica de silicone que suporta as cargas de vento de pressão e sucção na fachada. Esse movi­mento é contido pelos tirantes maciços de inox. As colunas de vidro são fixadas no piso e na viga superior em bases de aço inoxidável cortadas a laser, com regula­gens oblongas. A ligação elástica entre o aço e o vidro é feita com uma manta de borracha  de silicone  HTV.
 Segundo Cunha Lima, além da tec­nologia utilizada no envoltório, outros itens tornam o JCPM contemporâneo ,preparado para receber empresas que demandem de boa infra-estrutura e baixo custo operacional.

"Sabemos que uma das maiores despesas de prédios de escritórios está relacionada ao ar-condicionado.Aproveitamos o sistema de produção e geração de energia para ser o mais econômico possível",diz ele.Também são atrativos a flexibilidade do uso dos espaços lócaveis e a disponibilidade de instalações,assim como os acessos,conexões e controles das áreas de recepção e de reuniões.                                                                                                                      (Por Gilmara Gelinski) 

Ficha Técninca

Obra:JCPM Trade Center

Local:Recife,PE

Projeto:Setembro de 2001

Conclusão da Obra:julho de 2006

Área do terreno:6.445,96 metros quadrados

Área construída:34.267,36 metros quadrados

 

Equipe Técnica

Arquitetura:Jerônimo da Cunha Lima e Viviane Mendonça Arquitetos

Construtora:Andrade Mendonça

Fachadas:Avec Design(projeto,fabricação e instalação);Aluparts(Consultória)

Estrutura de concreto:Engedata

Fundação:Gusmão Engenheiros Associados(projeto)

Ar condicionado:Interplan

Automação predial:Techna

 

Fornecedores

Perfis de alumínio:Asa Alumínio

Vidros:Glaverbel / Erwin Dobnig Galtier - Jepracorp

Vidros curvos:Sunglass

Painéis de alumínio:Alcan

Revestimentos  cerâmicos:Eliane

Elevadores:Atlas(torre);Wollk(edifício-garagem)
 

Arena Corinthians - SP by Erwin Galtier

Arena_Corinthians_5.jpg

EM DETALHES  A OBRA DA ARENA CORINTHIANS

Sede da abertura da Copa de 2014, a Arena Corinthians tem arquitetura sóbria, definida por dois blocos unidos pela cobertura , que, iluminada por baixo, parece flutuar. Mas a aparente simplicidade resulta da aplicação de tecnologias sofisticadas, que FINESTRA mostra em detalhes e em primeira mão, nesta e nas reportagens seguintes.
o sonho de ter um estádio próprio era antigo. As tentativas
foram muitas. quatro projetos elaborados desde 1997
para o Sport Club Corinthians Paulista. Mas maio de 2011 foi o marco inicial da edificação do sonho: enfim. a arena do Corinthians começava a ser construída.
Concebido em 2010 sob a premissa de que todo torcedor deve ser tratado como igual dentro do estádio. o projeto arquitetônico  do escritório CDC Arquitetos,  em parceria com DDG Arquitetura, foi o escolhido entre participantes de um concurso privado. De acordo com o arquiteto Aníbal Coutinho, do COCA, "ele foi pensado a partir da máxima de que o Corinthians não é um time que tem uma torcida, mas uma torcida que tem um time".
O clube contratou a empresa Comperio Research, da international Stadium Group (ISG]. da Inglaterra, para mapear sua torcida. O resultado mostrou que o Corinthians tem o maior número de torcedores da classe A de São Paulo. Como é um time popular, a  intenção era que a classe A subsidiasse os ingressos para a maior parte do público.
Com isso, 114 do estádio subsidia para 314. "O Corinthians vai
ter uma política de ingressos com excepcional qualidade para todas as faixas de renda  O acabamento de todas as áreas do estádio é igual. a diferença está na visibilidade do campo e na qualidade dos serviços oferecidos. Essa foi
a maneira encontrada para distribuir internamente a renda, construindo os lugares mais baratos com a mesma manutenção e conforto dos mais caros''. diz o arquiteto. 
Com base nos dados da pesquisa. o escritório de
arquitetura examinou durante quase dois anos os extratos e o comportamento  da torcida, para chegar às características  de uso e apropriação do estádio  pelo público. Vários  pontos  foram  analisados  para  adequar os setores a cada tipo de torcedor  O clube também apresentou  uma  pesquisa de  mercado indicando a quantidade e o potencial de vendas que a arena tem, a necessidade de espaço de eventos e o que ele poderia gerar para a região. O mapeamento  foi importante  para tornar  o  equipamento  sustentável  financeiramente.
O ingresso é menos que 50% da receita do time, o restante vem de ações  de  marketing. mídia eletrônica. alimentação.  estacionamento  e eventos variados. A ssim, o estádio foi planejado para ser multifuncional. tendo
cerca de 50 mil metros quadrados de área construída destinada a eventos . É possível fazer 50 eventos

simultâneos, exceto no gramado, mas utilizando áreas vips. estacionamentos e corredores. A maior parte dessas áreas encontra  se no bloco oeste. o princ pai O segundo piso de garagem, por exemplo. foi configurado para abrigar feiras e exposições.

GEOMETRIA FUNCIONAL
O arquiteto lembra que a idéia era fugir do lugar-comum, com um desenho mais evolutivo. sem repetir
soluções passadas. O formato  retangular aproxima o público do campo e privilegia a visibilidade de todos os lados  O estádio possui quatro setores - norte.
sul. leste e oeste -. dois estacionamentos abertos. estacionamentos subterrâneos e áreas de serviço.
Sua capacidade é de 48 mil pessoas sentadas, número que aumentará para 68 mil durante os jogos da Copa.
com a instalação de arquibancadas provisórias.
patrocinador do clube,àreas de alimentação e lojas,setores vips,instalações para a impresa,vestiários,acesso ao campo de futebol e estacionamento subterranêos
Os blocos norte e sul possuem um grande vão
livre protegido por cobertura metálica suspensa a 38 metros. Com isso foi possível aproveitar a brisa dominante. privilegiando o público nas arquibancadas
e auxiliando na ventilação do gramado. A capacidade de cada um desses setores é de 7 mil assentos.
Para a Copa foram instaladas as arquibancadas provisórias. com 10 mil lugares em cada setor.
O estádio  está  no nível da avenida  Radial Leste. por onde se dá o acesso de veículos. na face norte, aos estacionamentos no subsolo. Pela avenida Miguel lgnácio Curi ocorrem os acessos nos setores leste e oeste
de veículos - para os estacionamentos abertos - e de pedestres. estes vindos a partir das estações de metrô Arthur Alvim e Corinthians itaquera . Os setores leste e oeste terão três entradas para as arquibancadas e áreas vips. Norte e sul terão um acesso para cada lado.
 A geometria também possibilitou a criação de varandas acessíveis ao público a qualquer momento. localizadas no setor leste. São quatro varandas grandes e duas plataformas por onde chegará a torcida organizada  Na quina entre os setores leste e sul encontra-se uma arquibancada com 2 mil lugares para a torcida rival. As grades de ferro em geral utilizadas para separar os setores foram substituídas por guarda-corpos e divisórias de vidro de segurança extra clear produzidos pela AGC. na França. e instalados pela T2G.
No setor oeste. em menor escala. também  existem varandas. Além delas, é possível assistir ao jogo através de telões nas áreas de alimentação. banheiro  e corredores
No total. serão 3.7 mil telas de alta definiçào. O setor tem a entrada principal marcada por uma fachada de vidro curvo,setores de bilheteria, atendimento ao consumidor,loja do clube
FATORES TÉRMICOS
Os autores buscaram uma arquitetura o mais sóbria e mínima possível num estádio  "Utilizamos poucos materiais e aproveitamos a translucidez para dar uma imagem etérea à arena; iluminamos a cobertura por baixo, criando um
efeito de flutuação dos arcos metálicos apoiados em duas caixas com frontais de vidros  translúcidos serigrafados, que bloqueiam parcialmente a incidência solar mas permitem a entrada de luz natural. otimizando o consumo energético". detalha o arquiteto   O projeto arquitetônico tirou partido do desnível de 45 metros do terreno. enterrou parte do estádio e deixou o campo exatamente no nível 777
- número de sorte do Corinthians De acordo com Coutinho. parte das fachadas está enterrada no solo e paralela
a ela foi construída uma parede de pedra equidistante sete metros do corpo do edifício. Esse vão funciona como um túnel de ventilação que circunda o estádio.
Os estudos diários sobre a incidência solar determinaram a posição dos setores e o sombreamento adequado para o gramado.Com isso,o Prédio oeste tem 14 andares e o
leste. cinco A diferença de altura. associada à cobertura inclinada no lado oeste. promove sombreamento no volume menor e em boa parte do campo em determinados horários, beneficia a ventilação e funciona como proteção acústica para as habitações que estão no entorno.

"O formato do telhado, alusivo à asa de avião, favorece a ventilação interna. porque capta o ar que entra e o
empurra para as arquibancadas . No tocante à acústica. ele reflete o som para dentro do estádio, amplificando o barulho da torcida sem deixá -lo ir para fora. Os estudos de acústica foram elaborados para que se obtivesse pouco ruído para fora e muito ruído para dentro, o
que para a torcida é muito bom", explica Coutinho.

Para o fechamento e o acabamento da cobertura. foram utilizadas quatro camadas de membranas fornecidas pela Firestone: a primeira é a Oeck metálico, com espessuras de 65 e 80 milímetros; a segunda. ISO. e a terceira. Oens-Deck. são termoacústicas e regularizadoras; e a última é a UltraPlay TPO, de fechamento. Trata-se de um termoplástico
de poliolefino flexível composto com a incorporação de
uma borracha de etileno propileno dentro de uma matriz de polipropileno. Fabricada em duas camadas por extrusão e reforçada com tecido. segundo Coutinho. "essa membrana tem vida útil grande, além de garantir a absorção parcial
do som e o retorno do excedente para dentro do estádio".

O projeto atende às questões de sustentabilidade utilizando soluções e tecnologias para garantir o uso racional de recursos naturais, economia de água ,
aproveitamento da água da chuva. diminuição e reciclagem do lixo gerado. otimização do uso de ar-condicionado. fachadas com eficiência energética, luz e ventilação  naturais. "Pé-direito alto. pouca entrada de calor. dupla parede. canais de refrigeração em volta das garagens, cores claras para refletir a luz são itens que beneficiam
a climatização e o conforto térmico no interior, na ausência do ar-condicionado. Este. por sua vez, instalado em todo o estádio, refrigera apenas as áreas que estão sendo utilizadas pelas pessoas. Tudo isso auxilia na redução do gasto energético". afirma Coutinho.
Padrão dos campos de golfe
Sob a premissa de ter o melhor gramado do mundo na Arena Corinthians, a World Sports desenvolveu um projeto exclu­sivo. utilizando grama de inverno aplicada num país tropical com o mesmo padrão adotado para os campos de golfe. O sis­tema de resfriamento
e irriga­ção com acionamento remoto  foi projetado pela empresa em parceria com a norte-ameri­cana SubAir e a irlandesa CRL. segundo o diretor da World Sports Roberto Gomide.
O sistema de refrigeração Hydronic. da SubAir. consiste em duas formas de resfriamento - por água e ar gelados.
A água gelada sai dos chillers
- os mesmos utilizados para o sistema de condicionamento do ar . e percorre 34
quilôme­tros pelo sistema de serpenti­nas instalado a 25 centímetros da superfície do campo. fazen­do a troca de calor. O ar gelado é injetado também pelo chiller e chega até as raízes e folhas.
Nos dias de inverno e chuva , o Hydronic é desativado e um outro sistema de drenagem a vácuo e insuflamento de ar é acionado para sugar a água do campo, explica o engenheiro agrônomo Fábio Câmara. diretor técnico da World Sports. Ao mudar a rotação do motor do sistema , é possível injetar ar no gramado para aumentar a oxigenação das raízes, pro­movendo crescimento radicu­lar maior da grama.

Para a colocação do gramado. primeiro foram criadas cana­letas para receber
a tubula­ção do sistema de drenagem e
insuflamento do ar. Depois foi aplicada
uma camada de dez centímetros de britas e so­bre ela foi instalado o sistema Hydronic. Na sequência, vie­ram uma camada de 20 cen­tímetros de are
ia compactada e por último uma de dez centí­metros de areia com substratos para fazer o plantio da grama.A grama de inverno tem raiz axial, não
ramificada, diferente da tradicional grama Ber­muda, cujas ramificações e rizomas deixam a planta mais resistente. facilitando a sua recomposição. A gra ma de inverno precisa ter sua semen te pla ntada para fazer a reposi­ção. Por isso. as sementes são pré-germinadas e
constante­mente se faz a semeadura do gramado. ·Apesar de os cuida­dos serem maiores. a grama de inverno permite que a bola role mais velozmente, cresce mais rápido e estetica mente é mais bonita ... explica o arqui­teto Aníbal Coutinho.

Segundo o gerente de contra­tos d a World Sports. And ré Os­ temeyer. para tornar a grama mais resistente foi
utilizado o sistema de ramificação artificial Grass Master. Trata-se de u m feixe de fibras sintéticas. disposto a cada dois centíme­tros, injetado por uma máquina dentro do gramado pronto
para que a raiz da grama se interlace nessas fibras. Com isso. a re­sistência do gramado aumenta quatro vezes.
SHOWROOM DE ACABAMENTOS
Os acabamentos são todos em preto e branco. em referência às cores do time. No vestiário dos jogadores haverá uma banheira fabricada na Itália. as paredes e pisos serão revestidos com mármore grego. tapete francês. carpete inglês. granito e porcelanato. As fachadas envidraçadas
leste e oeste receberam molduras de chapas porcelânicas. e as faces norte e sul de ambos os blocos foram totalmente revestidas com o material. Produzida na Espanha pela empresa Levantina. a chapa técnica porcelânica Techlam. segundo Meirinaldo Orlandine. diretor comercial nacional da marca no Brasil. diferente de outras chapas. é fundida à temperatura de 1.240 graus. tornando-se mais resistente.
São painéis de cinco milímetros de espessura. com uma tela especial de reforço de poliuretano colada na própria placa durante a fabricação. Essa rede confere mais segurança. evitando que a placa se rompa em caso de forte impacto.
Responsável pelo projeto executivo e instalação das chapas. a empresa GMM desenvolveu o sistema de fixação do revestimento composto  por perfis de alumínio colados com silicone estrutural na chapa. estrutura secundária e ancoragens de aço inox. Na fachada leste,as placas na cor preta possuem duas larguras  três metros e 1,90 -. mantendo a altura de um metro para ambas. Seguindo a inclinação negativa do trecho envidraçado , as placas foram fixadas no sentido  horizontal na estrutura  secundária. que  por sua vez era  presa à estrutura  metálica principal.

Nas faces norte e sul as chapas são brancas e possuem três metros de largura e um metro de altura. O sistema de fixação é o mesmo, porém os perfis de alumínio
são colados na chapa no sentido vertical e a estrutura secundária está fixada diretamente na parede de concreto. A distância entre a placa e o concreto é de 30 centímetros. Para maior segurança, as duas primeiras fileiras, a cerca de dois metros de altura das fachadas. receberam placas de dez milímetros. No restante. a espessura é de cinco milímetros. Como são fachadas ventiladas. o espaçamento entre placas é de oito milímetros e favorece a entrada e a saída do ar. além de permitir a absorção de impactos das arquibancadas e o movimento das placas nas fachadas.
Segundo Stefan Kichler Neto. diretor da GMM. as placas de Techlam revestiram 9 mil metros quadrados de área de fachada . A modulação com vãos variáveis originou placas de diversos tamanhos. cortadas em fábrica conforme projeto executivo. (Por Gilmara Gelinskd )
FIcha técnica
Obra:Arena Corinthians
Cliente:Sport Club Corinthians Paulista
Local:São Paulo,SP
Projeto:2010/2012
Conclusão da Obra:2015
Área do Terreno:198.000 metros quadrados
Área Construída:189.000 metros quadrados 

Equipe Técnica  
Arquiterura:Coutinho Diegues Cordeiro/DDG Arquitetura-Alexander Sirotheau,Andrea Pagano,Aníbal Coutinho,Antônio Paulo Cordeiro,Bruna Ferreira,Carolina Paulo,Celio Diniz,Cesar Pizzocaro,Eduardo Canellas,Eduardo Dezouzart,Henrique Sanson,Kanae Bamba,Lourenço Diegues,Luísa Gonçalves,Marcos Seriboni,Mariana Sundaus,Marina Ventura,Mário Capellaní,Paula Quintas,Pedro Durão,Pedro Pereira,Raíssa Rocha,Ricardo Cabeços,Rita Lima,Rosalia Camargo e Tiago Gualda.
Projeto de arquitetura de Interiores:Coutinho Diegres Cordeiro/DDG,Gensler,Miguel Pinto Guimarães
Construção:Odebrecht
Fachadas de Vidro:Jepracorp p/Grupo Galtier(integradora,executora e titular do contrato de empreitada das fachadas);Eleve Construções Metálicas(coautor do projeto de metálica,fabricação e instalação da estrutura metálical);Ceccato & Partners(projetos e cálculos da estrutura metálica,sistema de fachada e vidros)
Consultoria de fachadas e vidros:PCD Consultores - Paulo Duarte
Ensaios de cargas de vento das fachadas:Laboratório do Instituto Giordano (Itália)
Chapas porcelânicas:Levantina(fabricação);GMM(projeto executivo e instalação)
Projeto estrutural:escritório Werner Sobek(projeto estrutural e cálculos) 
Cobertura:Brafer Construções Metálicas e Alufer(Detalhamento,fabricação,pintura,transporte,pré-montagem e montagem das estruturas metálicas da cobertura)
Fabricação e montagem das esquadrias internas:T2G
Fachada Ventilada:GMM/Levantina(projeto e execução)
Ensaio em túnel de vento:Laboratório Wacker(Stuttgart,Alemanha)
Gramado:World Sports,SubAir,CRL
Certificação Leed:Cushman & Wakefield
Instalações:MBM,Johnson Controls,Jugend,Ofos e Osram(Projeto).Teman,Johnson Controls e Osram(Execução)
luminotecnia:TKondos,Carlos Fortes e Osram
Ar condicionado,ventilação e exaustão mecânicas e extração de fumaça:Teknika(projeto),Heating Cooling(execução)

Fornecedores

Vidros floats :AGC / Jepracorp -  Erwin Dobnig Galtier
Beneficiadora dos vidros floats:Sunglass
Sistema de fachada de estrutura de aço inoxidável e alumínio:Extrugasa
Circuito de led da fachada leste:Traxon
Sistema de guarda-corpos:Glass Vetro
Silicone estrututral:Dow Corning
Forros acústicos:OWA
Revestimento de cobertura:Firestone
Soluções tabulares:Vallourec
Fachadas ventiladas:Eliane Técnica
Pastilhas cerâmicas:Cerâmica Atlas
Louça Sanitária:Toto

Centro de Convenções e Feiras da Amazônia by Erwin Galtier

ARQUITETURA E TECNOLOGIA
HANGAR    INSPIRA    NOVA FACHADA
Centro de Convenções e Feiras da Amazônia,  Belém
Paulo Chaves e equipe

Transformado em espaço para feiras e eventos, o hangar da década de  1950, pertencente ao parque da Aeronáutica,  foi ampliado e total­
mente remodelado, ganhou um novo bloco e inspirou a criação de um sistema especial de fachada-cortina, batizado de Fachada Hangar.

Centro de Convenções da Amazônica.PNG


Subutilizado, por não mais permitir o pouso de aeronaves para manutenção, o antigo hangar, na capital do Pará , estava fadado a se transformar em uma extensa área abandonada e decadente. Mas a Secretaria da Cultura estadual decidiu preservá-lo e utilizar a qualidade de sua estrutura metálica e suas características arquitetônicas como pontos de partida para a linguagem conceituai do novo projeto, que passou a abrigar o Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, inaugurado em maio deste ano.
O grande vão livre, de 50 x 100 me­tros, e o pé-direito, que nos pontos mais altos alcançava 20 metros, indicaram o potencial de aproveitamento da edificação. À antiga estrutura metálica foram agregados reforços, ampliações e adaptações. O hangar teve sua área aumentada em três vezes, 
mantendo-se o seu sistema construtivo metálico, e foi implantada uma segunda edificação, com estrutura de concreto protendido e cobertura metálica, informa o arquiteto Gustavo Leão, que participou da equipe de arquitetos da Secretaria da Cultura, sob a coordenação do arquiteto Paulo Chaves Fernandes, autor do projeto e, na época, também titular da pasta.
E 20 metros, o espaço reservado para feiras é circundado por uma passarela metálica suspensa, que facilita a
manutenção e proporciona ao visitante uma visão ampla do conjunto. No pavimento superior estão 12 salas de múltiplo uso, salas para reuniões, secretaria e central de comunicação com o cliente.
No térreo do hangar 2 estão a praça de
alimentação, restaurante, sanitários, administração do complexo e pátio de carga e descarga. O andar superior abriga foyer, com 770 metros quadrados, e um auditório modulável de 1.879 metros quadrados, com capacidade máxima para
2.084 lugares, podendo ser dividido em até oito módulos/auditórios, para 215 pessoas cada um.

Basicamente, o projeto compõe-se dos dois grandes galpões (hangares 1 e 2), um setor de transição entre eles e uma passarela de serviço. o total, são 24 mil metros quadrados construídos e 48.816 metros quadrados urbaniza­dos. No térreo do pavilhão principal, o hangar l, ficam a área para feiras e exposições e infra-estrutura de apoio. Com cerca de 6,1 mil metros quadrados e pé-direto variando entre seis

Fachada Hangar


Para a execução da obra foi criado o Consórcio do Hangar, formado pelas empresas Paulitec Construções e Construbase Engenharia. Com as novas funções, a estrutura do hangar 1 teve que ser re­forçada para atender às solicitações de cargas de vento, obedecendo a projetos específicos encomendados pelo consórcio e analisados pela empresa RCM Estru­turas  Metálicas,  contratada  do Grupo.

Sistema simples e ágil

Nas fachadas projetadas para a obra do centro de convenções, o gancho d e ancoragem tem reentrâncias usinadas para pendurar os painéis de forma fácil, como se fosse um quadro na parede. Utilizou-se uma ancoragem a cada 700 milímetros de distância. Na seqüência vieram as regulagens de prumo, com parafusos de aço
inoxidável, recobertos por uma espécie de bucha de náilon, para fazer o isolamento entre aço e alumí­nio. Parte do sistema de ancoragem, esses parafusos também ajudam a eliminar a vibração, caso ocorra movimentação da fachada. "Com isso, resolvemos 5 mil metros quadrados de fachada com um único tipo de perfil" , informa Luiz Carlos Santos, diretor da Alumínio Brasil.

O sistema da Fachada Hangar é composto, ainda, por duas gaxetas: uma de EPDM, existente no encontro do perfil principal com o perfil de arremate, funcionando  como uma presilha; a outra de silicone, no encontro entre dois quadros. Esta é bem flexível e seu desenho permite o ajuste perfeito no canal da junta entre os quadros, adaptando-se às movimen­tações da fachada, sem perder a eficácia de vedação.

Galtier. Este assumiu, sob a coordenação   do engenheiro Guilherme Cerqueira, o projeto executivo para a construção das fachadas e das abóbadas envidraçadas
da cobertura. O grupo representa , no Brasil, a Glaverbel, fabricante belga dos vidros utilizados na obra.
Atendendo  às exigências do projeto arquitetônico, a RCM projetou estruturas auxiliares leves atirantada s. Para fixação dos vidros, o arquiteto e consultor do projeto Paulo Duarte, da PCD Consul­tores, partiu de um conceito segundo o qual eles deveriam ser o mais leve pos­sível, aproveitando o suporte  daquelas estruturas.
Esse conceito evoluiu para um sistema de fachada-cortina desenvolvido pela Alumínio Brasil e batizado de Fachada  Hangar.  Segundo  Luiz  Carlos  Santos, diretor da empresa, o  consultor  queria um sistema que fosse rápido para montar e sugeriu que os montantes já incorporassem os ganchos de ancoragem, o que levou ao uso, em toda a fachada externa, de u m único tipo de perfil. Trata-se de uma peça que é, ao mesmo tempo, a coluna, a folha, o montante e o gancho de ancoragem. "O que fizemos foi um per­fil que já incorpora o gancho através de usinagem. É a primeira vez que esta solução é utilizada", afirma Santos.
O projeto das fachadas também tirou partido da resistência das estruturas me­tálicas, propondo um sistema unitizado com perfis esbeltos que atendessem às es­pecificações de cargas de ventos. Toda a pressão da fachada foi transportada para a estrutura metálica, reduzindo, com isso, a quantidade de alumínio e a profundidade das colunas. "O peso estimado da obra por outras empresas era de 28 toneladas de alu­mínio, mas nós fechamos com apenas 12 toneladas, destaca Santos. Segundo ele, a redução de material e, conseqüentemente, de custo deu-se graças a  um estudo que encontrou a solução técnica ideal para as exigências da arquitetura. Os arquitetos queriam pouco alumínio à vista e que tudo fosse o mais simples possível, mas com grandes vãos - tanto que alguns quadros de vidro chegam a ter 2,5 x 4,5 metros de dimensão e peso de 500 quilos.

A vedação do sistema recebeu gaxetas de silicone, que se encaixam e se  confor­mam, mesmo que as fachadas variem de medida. Além disso, essas gaxetas possi­bilitaram a obtenção de juntas externas pequenas, de 12 a 13 milímetros, outra exigência dos arquitetos.

Desafios na montagem
Segundo Luiz Carlos Santos, a instalação dos vidros do restaurante (hangar 2) impôs à equipe alguns desafios. Durante a fase final da obra, o lago que ocupa toda essa área e grande parte do local já estava cheio, dificultando o acesso e  impedindo a montagem  de andaimes. 
Além disso, o prédio possui um beiral metáli­co que avança um metro além do plano da fachada, não permitindo  a aplicação direta dos vidros.
Era necessário desenvolver um siste­ma que pudesse deslocar o vidro para o  seu plano de instalação, sem que o beiral atrapalhasse . Foram feitas simulações em computador até encontrar a forma ideal uma pequena estrutura encaixada no beiral, que mantinha o eixo de içamen­to com o eixo de gravidade do conjunto. Dessa maneira , o guindaste pôde içar todo o conjunto e descansá-lo sobre o trilho. Em seguida , foi feito o trabalho de instalação, pois o trilho e a talha per­mitiam os ajustes.
Desenvolvido em São Paulo, o projeto da Alumínio Brasil indicava como usinar, cortar, montar e instalar estruturas de alumínio e quadros de vidro. Os perfis foram produzidos pela Amplimatic, em São José dos Campos, e entregues ao Cen­tro Industrial de Usinagem (CIU), em São Paulo, onde foram  feitos todos os cortes e usinagens. Em seguida, as peças foram enviadas para Belém, onde  uma  equipe do Grupo Galtier organizou um galpão, fora da obra, para a montagem dos qua­dros e colagem dos vidros.

Projeto dos vidros curvos
A fachada frontal do hangar 1 tem 51 metros na maior largura, 17 metros na maior altura e área envidraçada de apro­ximadamente 2,4 mil metros quadrados. Nas fachadas do hangar 2, com 60 metros de frente, 11 metros de altura no beiral (calha) e 21 metros de altura no ponto máximo do arco do telhado, o vidro tem inclinação de 45 graus. Na cobertura em duas águas do hangar 1 há duas abóbadas que somam cerca de 950 metros quadra­dos - o que representa 13% da área total da cobertura, que é de cerca de 7,3 mil metros quadrados -, com vidros curvos laminados na cor verde, semi temperados. Esse plano de vidro permite a transmis­são de luz natural para a  área de feiras e eventos. Telhas metálicas termo acús­ticas do tipo sanduíche, com miolo de poliuretano expandido, contribuíram, igualmente, para a redução de carga tér­mica e acústica.
O envidraçamento dessas abóbadas exigiu o curvamento de 432 peças de laminados Sunergy, com 12 milímetros de espessura , num raio externo de 5,60 metros, comprimento de arco de 2,35 metros e com medida da geratriz de 2,48 metros. Esses vidros foram lami nados e curvados na Itália, com precisão extrema, permitindo a perfeita montagem sobre a estrutura em arcos tensionados com tirantes de aço, projetados pela RCM. Cada um deles pesou 173 quilos e seu transporte para a posição final chegou à altura de 20 metros.O consultor Paulo Duarte projetou,para a fixação desses elementos, um sis­tema  baseado  em perfis  do tipo e em alumínio, que formaram caixilhos com dois lados calandrados,  acompanhando a curvatura da estrutura metálica e dos vidros. Duarte foi também o responsável pela determinação das dimensões exatas em milímetros desses vidros curvos.


Instalação
O hangar l tem área envidraçada com Sunergy Green 66.l de 1.675,30 metros quadrados. Além disso, seus acessos prin­cipais são compostos pelo sistema spider glass, com vidro laminado e temperado, perfazendo um total de aproximadamente 500 metros quadrados. As clarabóias são formadas por grandes painéis de 2.500 x
2.327 milímetros em vidro curvo lamina­do e temperado, instalados à altura média de 18,50 metros - o que tornou a operação mais complexa, levando-se em conside­ração o peso de cada peça e os inúmeros riscos envolvidos neste caso.
Na área de circulação há dois grandes panos de vidro em Sunergy Green 66.l, pé-direito  duplo de 7,95 metros, e uma clarabóia em vidro plano do mesmo tipo,com 75,84 metros quadrados.Os caixilhos foram instalados em um sistema atirantado de tubos e vergalhões de aço pintados,conforme o padrão da obra.

O hangar 2,seguindo o mesmo padrão proposto à área de circulação,tem grandes vãos com  pé direito duplo,perfazendo o total de 1.079,19 metros quadrados,com destaque para o restaurante,onde painéis de vidro Sunergy Green 66.1 de até 4.460x2.500 milímetros foram instalados em uma estrutura leve e arrojada de tubos e tirantes de aço.O processo de instalação ocorreu em uma situação extremamente complexa,devido ao ângulo exigido pelo projeto e a outros detalhes que acompanham a obra.

O Sunergy faz parte do seleto grupo de vidros chamados de low-e,que apresentam a característica de refletir ou absorver grande parte da radiação infra-vermelha,ou seja calor;deixando passar um elevado percentual de luz visível,sem apresentar o forte efeito espelho,resultante da reflexão excessiva das radiações luminosas."A ultilização desse vidro anulou a necessidade de iluminação artificial durante o dia nos grandes vãos,oferecendo conforto térmico",informa Claudio Solon,diretor para a região Norte/Nordeste do Grupo Galtier.(Por Jaime Silva e Cida Paiva) 

Da Bélgica para Belém,via Itália

importados da Glaverbel Bélgica e processados parte no Brasil(corte e lapidação dos laminados das fachadas) e parte na Itália(vidros curvos temperados e laminados,e fachada spider glass),os vidros ultilizados na obra do Centro de Convenção e Feiras da Amazônia exigiram uma cuidados logística até chegar a Belém ,no Norte do País "Devido ao peso e à altura das chapas de vidro  de 3,21 x 5 metros e às características específicas de transporte desse tipo de material,os contêineres somente puderam ser desembarcados em portos com condições especiais de movimentação,normalmente situadas no Sudeste",explica Claúdio Solon,diretor para a região Norte/Nordeste do Grupo Galtier

Os vidros saíram da Bélgica para o porto de Vitória,onde foram feitos os cortes,e depois seguiram para Belém,percorrendo 3.267 quilômetros de estradas.Para realizar os complexos cortes desse material,de acordo com o projeto,e entregar os panos de vidro na obra sem grandes perdas por quebra,desenvolveu-se um planejamento que envolveu terminais de descarga,caminhões rebaixados,mesas especiais de corte e sistemas de transporte verticais e horizontais.Devido aos riscos existentes no processo,decidiu-se adquirir uma segunda linha de corte,para que parte do material fosse processada em Belém.

A singularidade do projeto também, exigiu estudo específico para a montagem e a instalação das fachadas,ultilizando-se o que havia de mais moderno em termos de equipamentos,como ventosas  importadas da Itália,guinchos e munks capazes de vencer grandes distâncias e alturas,além de outras ferramentas desenvolvidas especialmente para a obra.Os vidros adotados nas fachadas e clarabóias do centro de convenções têm características técnicas que permitem a rejeição de quase todo o calor,ao mesmo tempo em que deixam passar grande parte da luz natural.Mesmo assim,todo o conjunto deverá funcionar com 100% de climatização artificial,devido às elevadas temperaturas da região

Ficha Técnica

Obra:Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

Cliente:Secretária Executiva de Estado da Cultura

Local:Belém,PA

Projeto:2005

Conclusão da Obra:Maio de 2007

Área do terreno:64.000 metros quadrados

Área construída:25.000 metros quadrados

 

Equipe Técnica

Arquitetura:equipe da Secretária da Cultura - Paulo Roberto Chaves  Fernandes(coordenação);Aurélio Meira,Mariângela Melo,Rosário Lima,Gustavo Leão,Ana Paula Batista,Karla Costa,Leila Barbosa,Pablo Fernandes e Sérgio Neves

Construção:Consórcio do Hangar - Paulitec e Construbase

Ampliação do Hangar 1:Link da Amazônia Construtora

Fachadas e coberturas:Grupo Galtier/jepracorp -  Erwin Dobnig Galtier

Sistema de fachadas:Aluminío Brasil

Estruturas metálicas das fachadas e spider:RCM

Especificação de vidros:PCD - Paulo Duarte(consultoria)

Projeto estrutural e fundação:Archiminino Athaide Neto,Júlio Alencar e Alberto Hamazaki

Projeto hidrossanitário e elétrico:MKR

Automação:Tetraeng

Ar condicionado:Thermoplan

Luminotécnica:Antônio Carlos Mingrone e Paulo R. dos Santos

Paisagismo:Fernando Chacel e SIdney Linhares

 

Fornecedores

Estruturas metálicas:Imaço

Vidros:Glaverbel Bélgica/Jepracorp Importação

Perfis de Aluminío:Amplimatic

Guarda-Corpos,portas e divisórias de vidro:Amazon Vidros

Telhas Metálicas:Panisol Isocobertura

 

Eldorado Business Tower - SP by Erwin Galtier

Eldorado_Business_tower.jpg

São Paulo - SP

Brasil

 

Ao lado do Shopping Eldorado ligado por uma passarela vedada com vidro, o Eldorado Business Tower está localizado em área estratégica,que proporciona vista para a avenida Nações Unidas, o Jockey Club e as regiões dos Jardins, da Faria Lima e da avenida Paulista. Trata-se de uma torre de 141 metros de altura e 33 pavimentos com áreas variando entre 1.950 e 2.004 metros quadrados; dotada de sofisticada tecnologia construtiva e engenhosas soluções de ocupação e circulação. O edifício aguarda a certificação de impacto ambiental do Leadership in Energy & Environmental Design (Leed), a ser emitida pelo Green Building Council Brasil.

O projeto de arquitetura criou um térreo elevado, definido como ponto principal de circulação. Nessa cota foram implantados uma grande praça, a passarela de integração com o centro de compras e os acessos ao hall do edifício. A conexão entre o térreo e o nível da rua é feita por elevadores e escadas rolantes, estas protegidas por uma caixa de vidro. A volumetria da edificação foi estudada de forma que transparecesse certa leveza e se reduzisse o impacto que sua massa pudesse causar. As fachadas ganharam soluções que intercalam  grelhas brancas e lâminas de vidro - volumes em balanço vedados com vidros verdes avançam na parte inferior das fachadas com grelhas e quebram visualmente a altura, segundo o arquiteto Roberto Aflalo Filho. São três balanços distintos: 1,27 metro nas faces curvas (voltadas para a marginal do rio Pinheiros e para o edifício do centro de compras, elas possuem curvaturas de 179 graus) e 2,73 e 3,25 metros nas retangulares. Em 29 mil metros quadrados de área de fachada, os elementos em balanço apresentam dimensões expressivas: 2.656 metros quadrados ao norte,2.155 a leste, 2.656 a sul e 2.155 a oeste.

A construtora Gafisa queria que a fachada mesclasse as cores verde e branca, mas havia a preocupação com a poluição.

Após estudos, decidiu-se pelo vidro branco serigrafado. Mas o vidro comum, quando recebe serigrafia em sua superfície branca, apresenta de um dos lados aparência meio esverdeada, proveniente da composição de sua massa, observa o arquiteto Eduardo Martins Ferreira, do escritório Aflalo & Gasperini. A opção recaiu, então,sobre um extraclear transparente, que ganhou, na face interna, pintura cerâmica serigrafada, que tem a propriedade de entrar capilarmente no vidro. Esse tratamento evita a agregação de poluentes, de modo que a manutenção da cor clara e a limpeza tornam-se mais fáceis.

Poucas estruturas metálicas e cerca de 90% de áreas envidraçadas compõem o fechamento da caixa de vidro ao nível da rua, do hall do térreo elevado,das marquises e da passarela que liga a torre ao Shopping Eldorado.

A caixa envidraçada que envolve a área de recepção e escadas rolantes tem pilares e vigas de vidros de 32 milímetros (três vidros de dez milímetros + quatro películas de PVB), que sustentam todo o sistema. Como o pé-direito sobre as escadas rolantes chega a dez metros, sendo de seis metros na entrada da caixa, foram feitas emendas de metal nos pilares de vidro, unindo uma coluna à

outra. No hall,como o piso é elevado, uma base de concreto fixa as colunas de vidro. Para ancorar essa estrutura foi criada uma outra, metálica, que consiste em pórticos de aço, contraventados através de tirantes, a fim de garantir a rigidez exigida para o conjunto. "Trata-se de uma estrutura com ligações soldadas e aparafusadas, atendendo a aspectos técnicos e estéticos",explica o engenheiro

João Antônio Portella Neto,da Construmet, encarregada da fabricação e montagem dessas estruturas metálicas.

Todo o sistema - incluindo pilares e vigas - é travado com vidro. Essa solução exigiu cuidados especiais,informa Raimundo Calixto, da empresa RCM, responsável pelos projetos de cálculo estrutural das estruturas metálicas e vidros das áreas citadas acima. A partir desses cálculos, a Jepracorp executou as paginações e planos de corte de vidros desses e de outros espaços do edifício. Segundo o engenheiro Guilherme Maynard Cerqueira, que presta serviço para a Jepracorp, o corte dos vidros foi feito a partir de medidas de projeto, tendo em vista a impossibilidade de aguardar o final da montagem da estrutura, acrescido dos 40 dias necessários para a fabricação dos vidros temperados e laminados. Por essa razão, a Jepracorp - Erwin Dobnig Galtier elaborou projeto executivo com todas as medidas dos vãos ainda sem acabamento, para entrar com o sistema e fazer a instalação. O maior desafio,explica Cerqueira, foram as pequenas interferências de cotas e de nível, que exigiram adaptações na hora da instalação.