Erwin Dobnig Galtier

Eldorado Business Tower - SP (Artigo 2008 - 01) by Erwin Galtier

Aflalo & Gasperini Arquitetos
Edifício de escritórios, São Paulo

Eldorado Business Tower - 02.PNG


Volumetria discreta agrega tecnologia de fachada e vidros

Sustentabilidade e inovação técnica são diferenciais

"A prefeitura entendeu que, neste caso, o térreo poderia estar a quatro metros de altura." A observação de Roberto Aflalo Filho se refere ao Eldorado Business Tower - uma torre de escritórios recém-concluída em São Paulo e projetada por ele, Gian Cario Gasperini e Luiz Felipe Aflalo Herman, sócios no escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos. A frase pode parecer estranha. Contudo, a localização incomum e o porte do edifício a justificam. 

São 115 mil metros quadrados de área construída - ou seja, quase três vezes o E-Tower (leia PROJETO DESIGN 311,Janeiro de 2006). De um lado do terreno, há uma via expressa; de outro, o estaciona­mento de um centro de compras, que é parceiro do empreendimento; e o vizinho lateral é uma estação de trem. E mais:a pequena rua que serve como alça de acesso ao shopping center não possui es­ cala adequada ao prédio. Dessa forma, parece impossível  ou no mínimo artificial- estabelecer uma relação com o pedestre na cota da rua. Mais adequado,segundo os arquitetos, foi criar um térreo elevado, que pudesse se conectar em nível com a gare e com o conjunto comercial.
Para esse térreo, a equipe idealizou uma praça elevada, conectada à rua por elevadores e escadas rolantes. Nela estão o acesso principal à torre e o início da passarela que une o empreendimento ao centro de compras. "Estes se tornam com­plementares: enquanto os usuários do prédio passam a contar com uma gama de serviços à distância de poucos pas­ sos, o shopping center ganha milhares de clientes", lembra Aflalo. E a ligação direta com a estação? "A gestão anterior do governo estadual havia sinalizado que a idéia seria levada adiante; mas na atual ela foi descartada, sob a alegação de que teriam de criar um segundo controle de catraca", diz o arquiteto, desanimado.

O térreo elevado facilitou também a construção de garagens afloradas, para superar a dificuldade construtiva ofere­cida pela presença de rocha no subsolo.
Por exigência da prefeitura - e da Operação Urbana Faria Lima -, foram implantadas mais de 1,8 mil vagas, além de edifício anexo para o estacionamento do shopping.
A volumetria tem destacada presença urbana, mas é discreta. "Um edifício alto, com lajes muito grandes, naturalmente fica com uma massa pesada. Se fosse como
o WTC de NY, por exemplo,a fachada es­taria resolvida com um tratamento puro, elegante. Mas no caso do Eldorado, com 32 andares,essa solução o deixaria atar­racado, principalmente quando visto na diagonal", revela Aflalo. Por outro lado,é difíci de trabalhar com linhas verticais, ele confessa. "Assim, procuramos criar duas massas que marcam as fachadas princi­pais, fazendo uma espécie de sanduíche, para que o resultado fosse mais esbelto",afirma. Descrito assim,o truque volumétrico
parece simples e não revela o histórico de quase uma década, ao longo da qual o projeto sofreu mudanças, desde a forma até o programa (leia artigo nesta edição).
De fato, a torre, concluída no final do ano passado, possui grelhas brancas ressal­tando as fachadas principais, uma voltada para a marginal do Pinheiros e a outra para o centro de compras. "Desde o momento em que chegamos a esse partido, a idéia
era que a grelha fosse clara, mas não es­tava definido o material. Poderia ser pedra, porcelanato ou alumínio", revela Aflalo.
Eduardo Martins Ferreira, um dos coorde­nadores do projeto, conta: "Roberto passou

em frente de um edifício modernista e me ligou dizendo que poderíamos utilizar vidro. como faziam no passado. E assim passa­mos a estudar essa possibilidade". Depois de muita pesquisa, o material apareceu
ideal para a equipe - "mais leve e resis­tente ao tempo sem deformação", detalha Aflalo. Afinal, a proximidade da via expres­sa expõe o prédio à poluição constante
de veículos, sem contar aquela provocada pela rota de aviões (o querosene queima­do pelas aeronaves piora a situação).
Assim, o detalhamento buscou, junto com a construtora e os fornecedores, as probabilidades de emprego do material.
O vidro foi utilizado de três maneiras: da forma convencional, para dar transparên­cia às aberturas; na área em que forma uma cortina, ocupando as faixas hori­zontais onde estão as vigas; e, por fim,
o vidro branco - "que dá identidade ao prédio", segundo Ferreira - foi adotado como revestimento. Este é um produto belga, de última geração, que não possui chumbo em sua composição. Além dis­so, no seu processo de fabricação, há uma camada de pintura cerâmica, que, na colocação, fica voltada para o interior "Para testarmos a cor, 27 amostras de vi­dros vindos da Bélgica", ele relembra.

Aflalo afirma ter certeza de que, para o resultado final, "foi fundamental a sin­tonia entre o coordenador do projeto de arquitetura e o coordenador da constru­tora, que se empenharam em estudar intensamente todas as possibilidades que apareciam, como ocorreu no processo de definição do vidro e da fachada". No ca­so, a boa dupla de ataque foi formada
por Ferreira e Luís Fernando Bueno, da Gafisa. Seguindo a pista de Aflalo, vale destacar que o prédio foi construído com fachada unitizada, que consiste em um sistema modular no qual o fechamento vem pronto, com caixilhos,vidros e reves­- timento. O sistema tinha 90 módulos (uma quantidade que o fabricante considera alta, segundo Ferreira), mas era compos­to de apenas quatro perfis de alumínio.
Do ponto de vista técnico, o prédio revela outros aspectos interessantes.
Por exemplo, no sistema de ar condicio­nado inovador, que dispensa centrais
individuais nos pavimentos - tipo (todo equipamento fica no entreforros);aumentando a área útil dos escritórios.A estrutura,que não tem vigas,apenas capitéis em alguns pilares,é outro destaque:Ela é travada somente pelas lajes protendidas,que possuem 27 centímetros",explica Ferreira.Também torna o edifício especial a sustentabilidade na construção(Leia Projeto Design 332,outubro de 2007);o Eldorado Business Tower foi a primeira edificação de grande porte no Brasil a receber a certificação Leed."A preoucupação com a eficiência estava presente desde 2001,muito antes de imaginarmos que o prédio seria certificado",conclui Ferreira.(Por Fernando Serapião)

Ficha Técnica
ELDORADO BUSINESS TOWER
Local:São Paulo - SP
Data do ínicio da projeto:2002
Data da conclusão da obra:2007
Área do terreno:68.841m²(torre+shopping)
Área construída:115.000m²
Arquitetura:Aflalo & Gasparini Arquitetos - Gian Carlo Gaparini,Roberto Aflalo Filho e Luiz Felipe Aflalo Herman(autores);Eduardo Martins Ferreira e Maria Cecília Castro(Coordenação);André Becker,André Bezerra de Melo,Bruno Luchesi,Camila Vicari,Camila Roma,Cátia Portela Gonçalves,Christiane de Oliveira Campos,Fátima Moreira,Félix Araújo,Letícia Lindenberg Lemos,Marcela Monetti,Mônica Fontan Diaz,Neiva Marko Saito,Paulo Alexander Katz,Renata Arnostti,Thiago Marcelo Giannini e Fernanda Cristina Marques (equipe)
Construção:Gafisa
Acústica:Akkerman Projetos Acústicos
Ar-condiocinado:Thermoplan
Automoção predial:Soluções Inteligentes Integradas
Caixilharia:Mário Newton
Combate a incêndio:Ofos
Drenagem e impermeabilização:Proassp
Elevadores:Empro
Estacionamento:Ritti
Estrutura:França & Associados e Cyrillo Jr.Projetos de Engenharia
Estrutura metálica:Newton Nadruz e RCM
Fundação:Consultrix
Instalações:Thermoplan e Enit
Luminotécnica:Franco & Fortes Lighting Design e Studio lx
Paisagismo:Benedito Abbud
Topografia:Sergio Frazin
Tráfego:Michel Sola Consultoria
Consultorias:Oswaldo Bueno(ar-condicionado);Moyses Zimelmam(instalações,hidráulicas);José Luis Martini(instalações elétricas);DGG(granito)

Fornecedores
Schuco,RCM(caixilharia);Pisoag(piso elevado);OWA(forro);Glaverbel(vidros);Sá Mármores,Clodomármores(granito);Lumini(luminárias);Daikin(equipamentos de ar-condicionado);Docol(Metais sanitários);Deca(louças sanitárias);Neocon(divisórias sanitárias);Portobello,Cecrisa(revestimento);interface(carpetes);Concretex(Concreto);  Uniflex(cortinas e persianas);Somfy(sistema automatizado de cortinas e persianas);ThyssenKrupp(elevadores);Perc(esquadrias de madeira);Adalume(esquadrias de alúminio);Constata;GBN(estrutura);Imbrás(impermeabilização);Metalika(portas corta-fogo)

MAC - RJ by Erwin Galtier

Década de 1990

Márcia Müller

 

MAC - RJ.PNG

Um dos cartões-postais de Niterói (RJ), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), pronto em 1996,nasce do chão numa base cilíndrica única de  9m de diâmetro que sustenta todo o prédio.Os vidros foram fa­bricados com exclusividade para o projeto: são setenta lâminas triplex com 18 mm de espessura na cor bronze.Super-resistentes, suportam peso equivalente ao de vinte pessoas.Cada uma das lâminas mede 4,80 x 1,85 m;as esquadrias,por sua vez, são de perfil de aço e estão inclinadas em 40 graus em relação ao plano horizontal.

 

Erwin Dobnig Galtier - Jepracorp

Shopping Iguatemi Fortaleza - CE by Erwin Galtier

ARQUITETURA E TECNOLOGIA
ESTRUTURA COMO PEÇA  ESCULTÓRICA
Ampliação do shopping lguatemi Fortaleza
Gerardo Jereissati

Iguatemi - Fortaleza.PNG

Em sua segunda ampliação, o shopping lguatemi Fortaleza ganhou mais lojas e cinemas e um novo visual: uma fachada de vidro de 800 metros quadrados, protegida por marquise que tem como destaque uma peça estrutural com geometria espacial de dez metros de altura.Inaugurado em 1981, época em que o conceito de shoppings tinha como foco abrigar grandes magazines, que serviam como âncoras, e lojas de grife, o Iguate­mi Fortaleza reuniu inicialmente quatro lojas maiores e 120 lojas-satélites. A pri­meira ampliação, em 1992, atualizou o programa original, incorporando áreas de lazer e uma ampla praça de alimentação. Recentemente, para adaptar o empreendi­mento ao perfil contemporâneo de centro de compras e de entretenimento, o con­domínio responsável pelo shopping pro­moveu nova obra para abrigar 12 salas de cinema, uma loja-âncora e mais 47 lojas­ satélites. O projeto de ampliação foi con­cebido pelo arquiteto Gerardo Jereissati,Sob consultoria do escritório de arquite­tura norte-americano RTKL e do arqui­teto José Maria Gaspar Rodes. O novo prédio tem três pavimentos e integra-se ao antigo; ele abriga lojas no térreo, lojas e bilheterias dos cinemas no primeiro an­dar e as salas multiplex no segundo.
Dois tipos de estrutura - de concreto
e metálica - possibilitaram a otimização dos prazos e custos da obra. A estrutura de concreto compreende um pavimento, executado com pilares e lajes alveolares protendidos de concreto pré-fabricado. A partir do nível 12 metros, que abriga a área dos cinemas, o volume foi concebi­do por vigas e pilares de aço soldados do
tipo I , combinados com perfis de aço dobrados de seções diversas, fixados em placas de concreto com inserts, prontas para receber a estrutura metálica.
Na cobertura foram utilizadas telhas zipadas de alumínio com lã de vidro e painéis de concreto celular com acaba­mento cerâmico nas laterais. As juntas de aproximadamente três centímetros entre os painéis receberam silicone estrutural. Todos os painéis foram testados com pres­são de jato de água, para verificação dos níveis de estanqueidade.

Peça estrutural

Segundo o arquiteto Gerardo Jereis­sati , "a concepção arquitetônica do Igua­temi Fortaleza está inserida em novo conceito de shopping center, que evita o con­finamento das pessoas a lugares fechados e ao percurso obrigatório. Hoje, os pro­jetos mais funcionais adotam a livre cir­culação por espaços iluminados também com luz natural". Nesse contexto, a face principal, voltada para o sul, revela um grande pano de vidro de 800 metros qua­drados, protegido por uma marquise que promove sombreamento na fachada o tempo todo, garantindo a  iluminação indireta no interior do shopping e o bom desempenho do ar-condicionado.
Com 346 metros quadrados de área construída, a marquise conectada à estru­tura principal da edificação segue as for­mas geométricas curvas e ortogonais da
Fachada principal. O vigamento de concre­to do contorno curvo, associado ao trecho reto, fornece apoios para vigamentos se­cundários, que se distribuem paralelamen­te a cada dois metros, apoiando-se em sua outra extremidade a uma viga de aço com comprimento total de 32 metros. A solu­ção estrutural atendeu à exigência arqui­tetônica de testeira com 1 400 milímetros de altura, revestida com painéis de alumí­nio composto, na cor prata. Na face supe­rior da marquise foram empregadas telhas de alumínio zipadas sobre mantas de lã de vidro e na interior, forro com painéis de gesso acartonado.
Como elemento único de transmissão das  cargas gravitacionais, oriundas  da ação do vento, para as fundações, foi con­cebida uma estrutura de geometria es­pacial que serve de sustentação para o plano da marquise e para o cone. Trata­ se de uma peça composta por dois per­fis de eixo reto de 273 milímetros de diâ­metro, que formam um V suspenso fixado no vértice, e um perfil de eixo cur­vo de 355 milímetros de diâmetro, an­corado em uma base de concreto. Esta é instalada no piso, através de ligações ro­tulares com pino em parafuso com diâ­metro de 34,9 milímetros. Com dez me­tros de altura, esse elemento estrutural recebeu perfis tubulares de aço ASTM A- 501 e acabamento de superfície à base de pintura  epóxi.
"Essa concepção permitiu que apenas um ponto tocasse o solo, embora em sua parte superior três pontos fixados na marquise sejam efetivamente de apoio.

O emprego de elementos tracionados em barras redonda s, associados a elementos tubulares comprimidos, confere leveza e expressão arquitetônica para um componente estrutural normalmente pouco ex­plorado em termos de desenho", explica
o engenheiro Raimundo Calixto de Melo,responsável  pelo  projeto  de  estrutura
metálica, vidros e esquadrias.

 

Elemento Lúdico
 

O cone instalado na cobertura da mar­quise marca a entrada do shopping como um elemento lúdico, que lembra um ca­leidoscópio. Com dez metros de altura e seis de base, a estrutura metálica do cone, apoiada diretamente na estrutura da mar­- quise, na região dos apoios do pilar tridi­mensional, forma um pórtico espacial constituído pelo cruzamento de seis pór­ticos contraventados através de um sistema similar de cabos e montantes. 
Devido a exigências arquitetônicas
quanto a leveza e transparência,foi
adotado um sistema estrutural que associa elementos tubulares retangulares,absorvedores dos esforços de compressão e fle­xão, e barras redondas responsáveis pela absorção dos esforços de tração. Para o fechamento  das  12 faces que constituem a superfície poligonal do cone foram uti­lizados 120 metros quadrados de vidro laminado refletivo verde, dez milímetros, fixados à estrutura por meio do sistema vidro encapsulado com silicone (VES), que utiliza um perfil de silicone como proteção  das bordas.

o interior do shopping, os pilares são revestidos com chapas de aço ino­xidável. Os guarda-corpos receberam proteção com vidro temperado lamina­do de dez milímetros com dupla lami­nação, fixado em três borda s com per­fis de aço inoxidável de 19 milímetros, vedado com borracha de neoprene, e as escadas rolantes possuem vidros lamina­dos e adesivados de sete milímetros. No hall, um painel de vidro jateado de 4,20 metros de largura por 3,20 de altura e espessura de 25 milímetros está instalado dentro de uma fonte de água. Ele foi fi­xado em uma calha de 30 centímetros dentro do piso. Revestida de alumínio, a calha recebeu isolamentos de borracha de silicone extrudado.

Os pilares de concreto foram revesti­dos com chapas de aço inoxidável inter­caladas dos tipos veneziana e desenhada. Na parte inferior das colunas foram ado­tadas chapas perfurada s de aço inoxidá­vel 304 escovado, com espessura de um milímetro e furos do tipo veneziana. O revestimento dos pilares é formado por três chapas de 1,07 metro de largura por três metros, instaladas em uma estrutura de alumínio circular fixada no concreto. Para a junção das chapas foram feitas abas de encaixe que receberam parafusos com jun­tas vedadas com perfis de aço inoxidável. No caso das chapas desenhadas, as abas foram encaixadas nos perfis do tipo U da estrutura de alumínio, eliminando o aca­bamento das juntas. A coloração do aço inoxidável foi obtida por meio de uma seqüência de tratamento químicos e ele­troquímicos que promove o crescimento homogêneo e controlado da camada de óxidos que naturalmente revestem sua superfície, sem utilização de pigmentos ou corantes. O processo permitiu a gravação dos desenhos definidos pelo arquiteto.

Fachada de Vidro

Para transmitir a sensação visual de movimento, o projeto de arquitetura con­cebeu uma fachada com formas geomé­tricas e elementos estéticos, revelados por um pilar tridimensional e um cone de dez metros de altura, instalado na cobertura da marquise. Ela combina três panos de vidro, produzidos nos sistemas structural glazing, e fachada suspensa. As faces revestidas com structural glazing - uma curva, facetada, e a outra reta - estão se­paradas pela fachada suspensa, que tem vidros temperados  e laminados,  16 mi­límetros, da Glaverbel, ancorados pelo sis­ tema  Structura VEA, da empresa  JSD. Trata-se de um envidraçamento composto por suportes diagonais com rótulas arti­ culadas  - conhecidas  como  aranhas de uma, duas, três e quatro pernas -, estru­tura metálica primária e cabos de aço para contraventamento .
A estrutura metálica primária é constituída por nove treliças verticais, de 11,40 metros, fabricadas com perfis tu­bulares de aço soldados com acabamento de superfície à base de pintura epóxi. Para evitar o contato com os usuários do shopping, as treliças começaram a ser fi­xadas a partir de 2,30 metros do piso, ul­trapassando 1,30 metro o forro, onde foram chumbadas na estrutura de con­creto. A primeira e a última treliças es­tão inclinadas a 30 graus e as demais es­tão a cada 1,96 metro de distância. Essa disposição contribui para melhor distri­buição de cargas. Para proteger a fachada no nível do piso foi criado um rodapé de alvenaria, revestido com granito. Por trás dele está instalado o perfil de alu­mínio que recebe as placas de vidro. Na interface das placas de
vidro com os perfis foram utilizadas borrachas de ne­oprene e vedação com silicone.

O  engenheiro  Calixto  explica  que, como o sistema exigiu grande precisão dimensional para evitar surpresas na
mon­tagem dos vidros, todas as treliças estão alinhadas através de um sistema horizontal de contraventamento , realizado por meio de cabos de aço inoxidável cujo tensionamento é mantido por esticadores. O sis­tema de contraventamento interliga as tre­liças da  estrutura  metálica,  mantendo rigorosamente as distâncias entre as elas. A  fachada suspensa utilizou  apoios diagonais de duas, três e quatro pernas para  fixar, respectivamente, dois, três e quatro  painéis  de  vidros.  As  aranhas, como conectores entre o vidro e a estru­tura primária, são responsáveis pela trans­missão das cargas gravitacionais e trans­versais para as treliças, que, por sua vez, as distribuíram para a estrutura de con­creto. A vedação das aranhas foi feita com
um anel de EPDM.
Nas fachadas structural glazing, insta­ladas nas áreas de lojas e acima da marquise, o arquiteto preferiu utilizar vidros refleti­vos verdes, criando uma contraposição entre as fachadas e protegendo as vitrines das lojas da luz indireta. Foram utilizados 650 me­tros quadrados de vidro laminado refleti­vo Glaverbel, dez milímetros, na cor ver­de, encaixilhados em perfis de alumínio da linha PV - II da Alcoa, vedados com silicone estrutural Dow Corning 995. A ado­ ção de uma estrutura metálica possibilitou o uso de perfis mais leves na execução dos caixilhos. (Por Gilmara Gelinski)

 

 

Ficha técnica

Obra  ampliação do shopping lguatemi Fortaleza

Cliente: Condomínio CiviI Jereissati Centros  Comerciais/Petros

Local. Fortaleza, CE Projeto: 2001/2002 Conclusão da obra: 2003

Área construida: 25 000 m2

 

Equipe técnica

Arquitetura . Gerardo Jereissatí Consultoria de arquitetura: escritório RTKL e José Maria Gaspar Rodes Colaborador : Paulo César Arraes Construtora:  CMM

Estrutura  metálica: RCM Fachadas suspensa e structural

glazing  RCM, Perf1sul e Metalúrgica LCR (execução)

Estrutura de concreto· Hugo A  Mota

e Joaquim E. Mota

Luminotécnica: Theo Kondos e Sílvia Bigonr-Alan Nascimento

Colunas de aço  inox: Metalúrgica Beviláqua

Painéis de alumínio composto: Metalúrgrca VWF

Guarda-corpos: Metalúrgica Santa Luzia Fotos  Gentil Barreira

 

Fornecedores

Vidros Glaverbel/Segmeq/Erwin Dobnig Galtier - Jepracorp

Estrutura metálica principal·MedabiI VP Sistema de fixação da fachada suspensa JSD

Concreto pré-moldado: Lima Gomes/ Neopor

Estruturas  metálicas complementares. Monfort,  lmab1I e Prometa!

Chapas de aço inox colorido: lnoxcolor Chapas de aço inox perfurado Permetal Perfis de alumínio e painéis de alumínio  composto: Alcoa

Silicone estrutural : Dow Corning Perfis tubulares de aço: Valllourec e Mannesmann Tubes

Vidro encapsulado: Avec  Design

 

Hotel Excelsior - RJ by Erwin Galtier

OBRAS EM
DESTAQUE
Retrofit alavanca o setor vidreiro

 

Hotel Excelsior.PNG

Grave bem esse nome: Retrofit. A palavra ( Retro, do latim, significa movimentar-se para trás. Fit , termo inglês que se traduz por: adaptação, ajuste) é o novo conceito na arquitetura no Rio de Janeiro e que certamente irá ampliar o mercado do setor vidreiro. Se você está pensando em novas obras, esqueça. Retrofit é reformar o que já existe.
Em vista das poucas áreas vazias que sobrarão para se construir na cidade, transformar o velho no moderno será a solução. E aí é que vão ser içadas as placas de vidros laminados nas fachadas de prédios condenados à decadência.

O Hotel Ebony é apenas um exemplo.O prédio,que tinha sua pintura negra descascada e um grande letreiro vermelho, está completamente remodelado. Ganhou formas modernas com vidros e alumínio e um público bem mais exigente.

Mas, quem mais investe na nova tendência arquitetônica é a rede de Hotéis Windsor, que há quatro anos vem
dando aos seus hotéis tradicionais um novo visual futurista. É o caso do Excelsior, localizado na Av. Atlântica, do Plaza, na Princesa Isabel (ambos em Copacabana) e,atualmente,do Guanabara Palace Ho­tel, na Av.Presidente Vargas,que está sendo a grande novidade no Centro do Rio.
Na verdade, todos os hotéis da rede, incluindo os que serão comprados e excluindo os que são tombados, vão sofrer reformas para ganhar este estilo de fachada que se tornou
uma espécie de marca da cadeia.

No caso do Guanabara, a transformação não está só na roupagem mas sim em toda a construção.É sem dúvida,uma grande reforma que o torna um dos maiores hotéis do Rio de Janeiro.

Antes de pertencer à rede Windsor, o hotel, que possuía aproxima­damente 380 apartamentos, estava em ruínas.Ao adquirí-lo,a Windsor também comprou o prédio da es­quina da Rio Branco com a Presi­dente Vargas, além de outros prédios internos que foram anexados.Com isso, o Guanabara vai ganhar 650 apartamentos, garagens,centros de convenções e um pátio interno, com uma passarela que interliga o Hotel às áreas anexadas.

No entanto, é o vidro que vai refletir o novo conceito do Guanabara. "O Hotel vai ocupar toda a esquina, um dos mais importantes pontos do Rio. Suas fachadas vão refletir o céu, as
ruas principais do Centro e a Candelária. É o espelho da beleza urbana, um casamento íntimo com a Cidade Maravilhosa"- empolga-se o arquiteto francês.

Segundo Jacquard,que está responsável por todos os projetos Retrofit da rede,a escolha do vidro foi muito trabalhada no projeto.A cor esverdeada do vidro laminado refletivo tinha por objetivo transmitir beleza e não agredir a paisagem,harmonizando com o alumínio-ouro,que compõe a fachada.

Uma grande reforma que o torna um dos maiores hotéis do Rio de Janeiro. Antes de pertencer à rede Windsor, o hotel, que possuía aproxima­damente 380 apartamentos, estava em ruínas. Ao adquirí-lo, a Windsor também comprou o prédio da es­quina da Rio Branco com a Presi­dente Vargas,além de outros prédios internos que foram anexados. Com isso, o Guanabara vai ganhar 650 apartamentos, garagens, centros de convenções e um pátio interno,com uma passarela que interliga o Hotel às áreas anexadas.
No entanto, é o vidro que vai refletir o novo conceito do Guanabara. "O Hotel vai ocupar toda a esquina, um dos mais importantes pontos do Rio. Suas fachadas vão refletir o céu, as ruas principais d o Centro e a Candelária. É o espelho da beleza urbana, um casamento íntimo com a Cidade Maravilhosa"- empolga-se o arquiteto francês.
Segundo Jacquard,que está responsável por todos os projetos Retrofit da rede,a escolha
do vidro foi muito trabalhada no projeto.
A cor esverdeada do vidro laminado
refletivo tinha por objetivo transmitir
beleza e não agredir a paisagem,harmonizando o alumínio-ouro,que com
A Vidraçaria Maracanã foi quem forneceu e especificou o vidro laminado duplo,garantindo
um conforto acústico e menor índice de calor.”a idéia era escolher o material menos volúvel a intempéries e dar o maior conforto para o hóspede,foi sugerido o vidro duplo laminado,totalizando uma espessura de 22 milímetros.”explica o Diretor da Maracanã,Sílvio Diniz.
Atualmente , o novo prédio do Ho­tel, que dá para a Rio Branco, já está praticamente pronto para receber os hóspedes. Enquanto que o prédio original do Guanabara, que fica na Presidente Vargas, tem o término de sua obra previsto para início de 2003.Só pela fachada, o gerente de marketing da rede aposta no grande sucesso do empreendimento."O as­pecto de modernidade atrai o tipo de hóspede que pretendemos atender: os executivos que estão sempre ligados aos novos tempos. Muitos hóspedes se hospedam no Plaza ou no Excelsior justamente por causa da fachada.", afirma Paulo Marcos.
Gilles Jacquard concorda edita como devem
ser as fachadas das construções antigas do Rio, com vidros por todos os lados. "Se depender de mim, espelho todas as obras.
Acho que não há nada mais bonito do que refletir a beleza da Cidade."- assegura o arquiteto.

Ficha Técnica

Engenheiros:Jorge Craveiro e Benito,da Becran Engenharia

Erwin Dobnig Galtier - Jepracorp

Arena Corinthians - SP by Erwin Galtier

Arena_Corinthians_5.jpg

EM DETALHES  A OBRA DA ARENA CORINTHIANS

Sede da abertura da Copa de 2014, a Arena Corinthians tem arquitetura sóbria, definida por dois blocos unidos pela cobertura , que, iluminada por baixo, parece flutuar. Mas a aparente simplicidade resulta da aplicação de tecnologias sofisticadas, que FINESTRA mostra em detalhes e em primeira mão, nesta e nas reportagens seguintes.
o sonho de ter um estádio próprio era antigo. As tentativas
foram muitas. quatro projetos elaborados desde 1997
para o Sport Club Corinthians Paulista. Mas maio de 2011 foi o marco inicial da edificação do sonho: enfim. a arena do Corinthians começava a ser construída.
Concebido em 2010 sob a premissa de que todo torcedor deve ser tratado como igual dentro do estádio. o projeto arquitetônico  do escritório CDC Arquitetos,  em parceria com DDG Arquitetura, foi o escolhido entre participantes de um concurso privado. De acordo com o arquiteto Aníbal Coutinho, do COCA, "ele foi pensado a partir da máxima de que o Corinthians não é um time que tem uma torcida, mas uma torcida que tem um time".
O clube contratou a empresa Comperio Research, da international Stadium Group (ISG]. da Inglaterra, para mapear sua torcida. O resultado mostrou que o Corinthians tem o maior número de torcedores da classe A de São Paulo. Como é um time popular, a  intenção era que a classe A subsidiasse os ingressos para a maior parte do público.
Com isso, 114 do estádio subsidia para 314. "O Corinthians vai
ter uma política de ingressos com excepcional qualidade para todas as faixas de renda  O acabamento de todas as áreas do estádio é igual. a diferença está na visibilidade do campo e na qualidade dos serviços oferecidos. Essa foi
a maneira encontrada para distribuir internamente a renda, construindo os lugares mais baratos com a mesma manutenção e conforto dos mais caros''. diz o arquiteto. 
Com base nos dados da pesquisa. o escritório de
arquitetura examinou durante quase dois anos os extratos e o comportamento  da torcida, para chegar às características  de uso e apropriação do estádio  pelo público. Vários  pontos  foram  analisados  para  adequar os setores a cada tipo de torcedor  O clube também apresentou  uma  pesquisa de  mercado indicando a quantidade e o potencial de vendas que a arena tem, a necessidade de espaço de eventos e o que ele poderia gerar para a região. O mapeamento  foi importante  para tornar  o  equipamento  sustentável  financeiramente.
O ingresso é menos que 50% da receita do time, o restante vem de ações  de  marketing. mídia eletrônica. alimentação.  estacionamento  e eventos variados. A ssim, o estádio foi planejado para ser multifuncional. tendo
cerca de 50 mil metros quadrados de área construída destinada a eventos . É possível fazer 50 eventos

simultâneos, exceto no gramado, mas utilizando áreas vips. estacionamentos e corredores. A maior parte dessas áreas encontra  se no bloco oeste. o princ pai O segundo piso de garagem, por exemplo. foi configurado para abrigar feiras e exposições.

GEOMETRIA FUNCIONAL
O arquiteto lembra que a idéia era fugir do lugar-comum, com um desenho mais evolutivo. sem repetir
soluções passadas. O formato  retangular aproxima o público do campo e privilegia a visibilidade de todos os lados  O estádio possui quatro setores - norte.
sul. leste e oeste -. dois estacionamentos abertos. estacionamentos subterrâneos e áreas de serviço.
Sua capacidade é de 48 mil pessoas sentadas, número que aumentará para 68 mil durante os jogos da Copa.
com a instalação de arquibancadas provisórias.
patrocinador do clube,àreas de alimentação e lojas,setores vips,instalações para a impresa,vestiários,acesso ao campo de futebol e estacionamento subterranêos
Os blocos norte e sul possuem um grande vão
livre protegido por cobertura metálica suspensa a 38 metros. Com isso foi possível aproveitar a brisa dominante. privilegiando o público nas arquibancadas
e auxiliando na ventilação do gramado. A capacidade de cada um desses setores é de 7 mil assentos.
Para a Copa foram instaladas as arquibancadas provisórias. com 10 mil lugares em cada setor.
O estádio  está  no nível da avenida  Radial Leste. por onde se dá o acesso de veículos. na face norte, aos estacionamentos no subsolo. Pela avenida Miguel lgnácio Curi ocorrem os acessos nos setores leste e oeste
de veículos - para os estacionamentos abertos - e de pedestres. estes vindos a partir das estações de metrô Arthur Alvim e Corinthians itaquera . Os setores leste e oeste terão três entradas para as arquibancadas e áreas vips. Norte e sul terão um acesso para cada lado.
 A geometria também possibilitou a criação de varandas acessíveis ao público a qualquer momento. localizadas no setor leste. São quatro varandas grandes e duas plataformas por onde chegará a torcida organizada  Na quina entre os setores leste e sul encontra-se uma arquibancada com 2 mil lugares para a torcida rival. As grades de ferro em geral utilizadas para separar os setores foram substituídas por guarda-corpos e divisórias de vidro de segurança extra clear produzidos pela AGC. na França. e instalados pela T2G.
No setor oeste. em menor escala. também  existem varandas. Além delas, é possível assistir ao jogo através de telões nas áreas de alimentação. banheiro  e corredores
No total. serão 3.7 mil telas de alta definiçào. O setor tem a entrada principal marcada por uma fachada de vidro curvo,setores de bilheteria, atendimento ao consumidor,loja do clube
FATORES TÉRMICOS
Os autores buscaram uma arquitetura o mais sóbria e mínima possível num estádio  "Utilizamos poucos materiais e aproveitamos a translucidez para dar uma imagem etérea à arena; iluminamos a cobertura por baixo, criando um
efeito de flutuação dos arcos metálicos apoiados em duas caixas com frontais de vidros  translúcidos serigrafados, que bloqueiam parcialmente a incidência solar mas permitem a entrada de luz natural. otimizando o consumo energético". detalha o arquiteto   O projeto arquitetônico tirou partido do desnível de 45 metros do terreno. enterrou parte do estádio e deixou o campo exatamente no nível 777
- número de sorte do Corinthians De acordo com Coutinho. parte das fachadas está enterrada no solo e paralela
a ela foi construída uma parede de pedra equidistante sete metros do corpo do edifício. Esse vão funciona como um túnel de ventilação que circunda o estádio.
Os estudos diários sobre a incidência solar determinaram a posição dos setores e o sombreamento adequado para o gramado.Com isso,o Prédio oeste tem 14 andares e o
leste. cinco A diferença de altura. associada à cobertura inclinada no lado oeste. promove sombreamento no volume menor e em boa parte do campo em determinados horários, beneficia a ventilação e funciona como proteção acústica para as habitações que estão no entorno.

"O formato do telhado, alusivo à asa de avião, favorece a ventilação interna. porque capta o ar que entra e o
empurra para as arquibancadas . No tocante à acústica. ele reflete o som para dentro do estádio, amplificando o barulho da torcida sem deixá -lo ir para fora. Os estudos de acústica foram elaborados para que se obtivesse pouco ruído para fora e muito ruído para dentro, o
que para a torcida é muito bom", explica Coutinho.

Para o fechamento e o acabamento da cobertura. foram utilizadas quatro camadas de membranas fornecidas pela Firestone: a primeira é a Oeck metálico, com espessuras de 65 e 80 milímetros; a segunda. ISO. e a terceira. Oens-Deck. são termoacústicas e regularizadoras; e a última é a UltraPlay TPO, de fechamento. Trata-se de um termoplástico
de poliolefino flexível composto com a incorporação de
uma borracha de etileno propileno dentro de uma matriz de polipropileno. Fabricada em duas camadas por extrusão e reforçada com tecido. segundo Coutinho. "essa membrana tem vida útil grande, além de garantir a absorção parcial
do som e o retorno do excedente para dentro do estádio".

O projeto atende às questões de sustentabilidade utilizando soluções e tecnologias para garantir o uso racional de recursos naturais, economia de água ,
aproveitamento da água da chuva. diminuição e reciclagem do lixo gerado. otimização do uso de ar-condicionado. fachadas com eficiência energética, luz e ventilação  naturais. "Pé-direito alto. pouca entrada de calor. dupla parede. canais de refrigeração em volta das garagens, cores claras para refletir a luz são itens que beneficiam
a climatização e o conforto térmico no interior, na ausência do ar-condicionado. Este. por sua vez, instalado em todo o estádio, refrigera apenas as áreas que estão sendo utilizadas pelas pessoas. Tudo isso auxilia na redução do gasto energético". afirma Coutinho.
Padrão dos campos de golfe
Sob a premissa de ter o melhor gramado do mundo na Arena Corinthians, a World Sports desenvolveu um projeto exclu­sivo. utilizando grama de inverno aplicada num país tropical com o mesmo padrão adotado para os campos de golfe. O sis­tema de resfriamento
e irriga­ção com acionamento remoto  foi projetado pela empresa em parceria com a norte-ameri­cana SubAir e a irlandesa CRL. segundo o diretor da World Sports Roberto Gomide.
O sistema de refrigeração Hydronic. da SubAir. consiste em duas formas de resfriamento - por água e ar gelados.
A água gelada sai dos chillers
- os mesmos utilizados para o sistema de condicionamento do ar . e percorre 34
quilôme­tros pelo sistema de serpenti­nas instalado a 25 centímetros da superfície do campo. fazen­do a troca de calor. O ar gelado é injetado também pelo chiller e chega até as raízes e folhas.
Nos dias de inverno e chuva , o Hydronic é desativado e um outro sistema de drenagem a vácuo e insuflamento de ar é acionado para sugar a água do campo, explica o engenheiro agrônomo Fábio Câmara. diretor técnico da World Sports. Ao mudar a rotação do motor do sistema , é possível injetar ar no gramado para aumentar a oxigenação das raízes, pro­movendo crescimento radicu­lar maior da grama.

Para a colocação do gramado. primeiro foram criadas cana­letas para receber
a tubula­ção do sistema de drenagem e
insuflamento do ar. Depois foi aplicada
uma camada de dez centímetros de britas e so­bre ela foi instalado o sistema Hydronic. Na sequência, vie­ram uma camada de 20 cen­tímetros de are
ia compactada e por último uma de dez centí­metros de areia com substratos para fazer o plantio da grama.A grama de inverno tem raiz axial, não
ramificada, diferente da tradicional grama Ber­muda, cujas ramificações e rizomas deixam a planta mais resistente. facilitando a sua recomposição. A gra ma de inverno precisa ter sua semen te pla ntada para fazer a reposi­ção. Por isso. as sementes são pré-germinadas e
constante­mente se faz a semeadura do gramado. ·Apesar de os cuida­dos serem maiores. a grama de inverno permite que a bola role mais velozmente, cresce mais rápido e estetica mente é mais bonita ... explica o arqui­teto Aníbal Coutinho.

Segundo o gerente de contra­tos d a World Sports. And ré Os­ temeyer. para tornar a grama mais resistente foi
utilizado o sistema de ramificação artificial Grass Master. Trata-se de u m feixe de fibras sintéticas. disposto a cada dois centíme­tros, injetado por uma máquina dentro do gramado pronto
para que a raiz da grama se interlace nessas fibras. Com isso. a re­sistência do gramado aumenta quatro vezes.
SHOWROOM DE ACABAMENTOS
Os acabamentos são todos em preto e branco. em referência às cores do time. No vestiário dos jogadores haverá uma banheira fabricada na Itália. as paredes e pisos serão revestidos com mármore grego. tapete francês. carpete inglês. granito e porcelanato. As fachadas envidraçadas
leste e oeste receberam molduras de chapas porcelânicas. e as faces norte e sul de ambos os blocos foram totalmente revestidas com o material. Produzida na Espanha pela empresa Levantina. a chapa técnica porcelânica Techlam. segundo Meirinaldo Orlandine. diretor comercial nacional da marca no Brasil. diferente de outras chapas. é fundida à temperatura de 1.240 graus. tornando-se mais resistente.
São painéis de cinco milímetros de espessura. com uma tela especial de reforço de poliuretano colada na própria placa durante a fabricação. Essa rede confere mais segurança. evitando que a placa se rompa em caso de forte impacto.
Responsável pelo projeto executivo e instalação das chapas. a empresa GMM desenvolveu o sistema de fixação do revestimento composto  por perfis de alumínio colados com silicone estrutural na chapa. estrutura secundária e ancoragens de aço inox. Na fachada leste,as placas na cor preta possuem duas larguras  três metros e 1,90 -. mantendo a altura de um metro para ambas. Seguindo a inclinação negativa do trecho envidraçado , as placas foram fixadas no sentido  horizontal na estrutura  secundária. que  por sua vez era  presa à estrutura  metálica principal.

Nas faces norte e sul as chapas são brancas e possuem três metros de largura e um metro de altura. O sistema de fixação é o mesmo, porém os perfis de alumínio
são colados na chapa no sentido vertical e a estrutura secundária está fixada diretamente na parede de concreto. A distância entre a placa e o concreto é de 30 centímetros. Para maior segurança, as duas primeiras fileiras, a cerca de dois metros de altura das fachadas. receberam placas de dez milímetros. No restante. a espessura é de cinco milímetros. Como são fachadas ventiladas. o espaçamento entre placas é de oito milímetros e favorece a entrada e a saída do ar. além de permitir a absorção de impactos das arquibancadas e o movimento das placas nas fachadas.
Segundo Stefan Kichler Neto. diretor da GMM. as placas de Techlam revestiram 9 mil metros quadrados de área de fachada . A modulação com vãos variáveis originou placas de diversos tamanhos. cortadas em fábrica conforme projeto executivo. (Por Gilmara Gelinskd )
FIcha técnica
Obra:Arena Corinthians
Cliente:Sport Club Corinthians Paulista
Local:São Paulo,SP
Projeto:2010/2012
Conclusão da Obra:2015
Área do Terreno:198.000 metros quadrados
Área Construída:189.000 metros quadrados 

Equipe Técnica  
Arquiterura:Coutinho Diegues Cordeiro/DDG Arquitetura-Alexander Sirotheau,Andrea Pagano,Aníbal Coutinho,Antônio Paulo Cordeiro,Bruna Ferreira,Carolina Paulo,Celio Diniz,Cesar Pizzocaro,Eduardo Canellas,Eduardo Dezouzart,Henrique Sanson,Kanae Bamba,Lourenço Diegues,Luísa Gonçalves,Marcos Seriboni,Mariana Sundaus,Marina Ventura,Mário Capellaní,Paula Quintas,Pedro Durão,Pedro Pereira,Raíssa Rocha,Ricardo Cabeços,Rita Lima,Rosalia Camargo e Tiago Gualda.
Projeto de arquitetura de Interiores:Coutinho Diegres Cordeiro/DDG,Gensler,Miguel Pinto Guimarães
Construção:Odebrecht
Fachadas de Vidro:Jepracorp p/Grupo Galtier(integradora,executora e titular do contrato de empreitada das fachadas);Eleve Construções Metálicas(coautor do projeto de metálica,fabricação e instalação da estrutura metálical);Ceccato & Partners(projetos e cálculos da estrutura metálica,sistema de fachada e vidros)
Consultoria de fachadas e vidros:PCD Consultores - Paulo Duarte
Ensaios de cargas de vento das fachadas:Laboratório do Instituto Giordano (Itália)
Chapas porcelânicas:Levantina(fabricação);GMM(projeto executivo e instalação)
Projeto estrutural:escritório Werner Sobek(projeto estrutural e cálculos) 
Cobertura:Brafer Construções Metálicas e Alufer(Detalhamento,fabricação,pintura,transporte,pré-montagem e montagem das estruturas metálicas da cobertura)
Fabricação e montagem das esquadrias internas:T2G
Fachada Ventilada:GMM/Levantina(projeto e execução)
Ensaio em túnel de vento:Laboratório Wacker(Stuttgart,Alemanha)
Gramado:World Sports,SubAir,CRL
Certificação Leed:Cushman & Wakefield
Instalações:MBM,Johnson Controls,Jugend,Ofos e Osram(Projeto).Teman,Johnson Controls e Osram(Execução)
luminotecnia:TKondos,Carlos Fortes e Osram
Ar condicionado,ventilação e exaustão mecânicas e extração de fumaça:Teknika(projeto),Heating Cooling(execução)

Fornecedores

Vidros floats :AGC / Jepracorp -  Erwin Dobnig Galtier
Beneficiadora dos vidros floats:Sunglass
Sistema de fachada de estrutura de aço inoxidável e alumínio:Extrugasa
Circuito de led da fachada leste:Traxon
Sistema de guarda-corpos:Glass Vetro
Silicone estrututral:Dow Corning
Forros acústicos:OWA
Revestimento de cobertura:Firestone
Soluções tabulares:Vallourec
Fachadas ventiladas:Eliane Técnica
Pastilhas cerâmicas:Cerâmica Atlas
Louça Sanitária:Toto