Eldorado Business Tower SP

Eldorado Business Tower - SP (Artigo 2008 - 01) by Erwin Galtier

Aflalo & Gasperini Arquitetos
Edifício de escritórios, São Paulo

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Volumetria discreta agrega tecnologia de fachada e vidros

Sustentabilidade e inovação técnica são diferenciais

"A prefeitura entendeu que, neste caso, o térreo poderia estar a quatro metros de altura." A observação de Roberto Aflalo Filho se refere ao Eldorado Business Tower - uma torre de escritórios recém-concluída em São Paulo e projetada por ele, Gian Cario Gasperini e Luiz Felipe Aflalo Herman, sócios no escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos. A frase pode parecer estranha. Contudo, a localização incomum e o porte do edifício a justificam. 

São 115 mil metros quadrados de área construída - ou seja, quase três vezes o E-Tower (leia PROJETO DESIGN 311,Janeiro de 2006). De um lado do terreno, há uma via expressa; de outro, o estaciona­mento de um centro de compras, que é parceiro do empreendimento; e o vizinho lateral é uma estação de trem. E mais:a pequena rua que serve como alça de acesso ao shopping center não possui es­ cala adequada ao prédio. Dessa forma, parece impossível  ou no mínimo artificial- estabelecer uma relação com o pedestre na cota da rua. Mais adequado,segundo os arquitetos, foi criar um térreo elevado, que pudesse se conectar em nível com a gare e com o conjunto comercial.
Para esse térreo, a equipe idealizou uma praça elevada, conectada à rua por elevadores e escadas rolantes. Nela estão o acesso principal à torre e o início da passarela que une o empreendimento ao centro de compras. "Estes se tornam com­plementares: enquanto os usuários do prédio passam a contar com uma gama de serviços à distância de poucos pas­ sos, o shopping center ganha milhares de clientes", lembra Aflalo. E a ligação direta com a estação? "A gestão anterior do governo estadual havia sinalizado que a idéia seria levada adiante; mas na atual ela foi descartada, sob a alegação de que teriam de criar um segundo controle de catraca", diz o arquiteto, desanimado.

O térreo elevado facilitou também a construção de garagens afloradas, para superar a dificuldade construtiva ofere­cida pela presença de rocha no subsolo.
Por exigência da prefeitura - e da Operação Urbana Faria Lima -, foram implantadas mais de 1,8 mil vagas, além de edifício anexo para o estacionamento do shopping.
A volumetria tem destacada presença urbana, mas é discreta. "Um edifício alto, com lajes muito grandes, naturalmente fica com uma massa pesada. Se fosse como
o WTC de NY, por exemplo,a fachada es­taria resolvida com um tratamento puro, elegante. Mas no caso do Eldorado, com 32 andares,essa solução o deixaria atar­racado, principalmente quando visto na diagonal", revela Aflalo. Por outro lado,é difíci de trabalhar com linhas verticais, ele confessa. "Assim, procuramos criar duas massas que marcam as fachadas princi­pais, fazendo uma espécie de sanduíche, para que o resultado fosse mais esbelto",afirma. Descrito assim,o truque volumétrico
parece simples e não revela o histórico de quase uma década, ao longo da qual o projeto sofreu mudanças, desde a forma até o programa (leia artigo nesta edição).
De fato, a torre, concluída no final do ano passado, possui grelhas brancas ressal­tando as fachadas principais, uma voltada para a marginal do Pinheiros e a outra para o centro de compras. "Desde o momento em que chegamos a esse partido, a idéia
era que a grelha fosse clara, mas não es­tava definido o material. Poderia ser pedra, porcelanato ou alumínio", revela Aflalo.
Eduardo Martins Ferreira, um dos coorde­nadores do projeto, conta: "Roberto passou

em frente de um edifício modernista e me ligou dizendo que poderíamos utilizar vidro. como faziam no passado. E assim passa­mos a estudar essa possibilidade". Depois de muita pesquisa, o material apareceu
ideal para a equipe - "mais leve e resis­tente ao tempo sem deformação", detalha Aflalo. Afinal, a proximidade da via expres­sa expõe o prédio à poluição constante
de veículos, sem contar aquela provocada pela rota de aviões (o querosene queima­do pelas aeronaves piora a situação).
Assim, o detalhamento buscou, junto com a construtora e os fornecedores, as probabilidades de emprego do material.
O vidro foi utilizado de três maneiras: da forma convencional, para dar transparên­cia às aberturas; na área em que forma uma cortina, ocupando as faixas hori­zontais onde estão as vigas; e, por fim,
o vidro branco - "que dá identidade ao prédio", segundo Ferreira - foi adotado como revestimento. Este é um produto belga, de última geração, que não possui chumbo em sua composição. Além dis­so, no seu processo de fabricação, há uma camada de pintura cerâmica, que, na colocação, fica voltada para o interior "Para testarmos a cor, 27 amostras de vi­dros vindos da Bélgica", ele relembra.

Aflalo afirma ter certeza de que, para o resultado final, "foi fundamental a sin­tonia entre o coordenador do projeto de arquitetura e o coordenador da constru­tora, que se empenharam em estudar intensamente todas as possibilidades que apareciam, como ocorreu no processo de definição do vidro e da fachada". No ca­so, a boa dupla de ataque foi formada
por Ferreira e Luís Fernando Bueno, da Gafisa. Seguindo a pista de Aflalo, vale destacar que o prédio foi construído com fachada unitizada, que consiste em um sistema modular no qual o fechamento vem pronto, com caixilhos,vidros e reves­- timento. O sistema tinha 90 módulos (uma quantidade que o fabricante considera alta, segundo Ferreira), mas era compos­to de apenas quatro perfis de alumínio.
Do ponto de vista técnico, o prédio revela outros aspectos interessantes.
Por exemplo, no sistema de ar condicio­nado inovador, que dispensa centrais
individuais nos pavimentos - tipo (todo equipamento fica no entreforros);aumentando a área útil dos escritórios.A estrutura,que não tem vigas,apenas capitéis em alguns pilares,é outro destaque:Ela é travada somente pelas lajes protendidas,que possuem 27 centímetros",explica Ferreira.Também torna o edifício especial a sustentabilidade na construção(Leia Projeto Design 332,outubro de 2007);o Eldorado Business Tower foi a primeira edificação de grande porte no Brasil a receber a certificação Leed."A preoucupação com a eficiência estava presente desde 2001,muito antes de imaginarmos que o prédio seria certificado",conclui Ferreira.(Por Fernando Serapião)

Ficha Técnica
ELDORADO BUSINESS TOWER
Local:São Paulo - SP
Data do ínicio da projeto:2002
Data da conclusão da obra:2007
Área do terreno:68.841m²(torre+shopping)
Área construída:115.000m²
Arquitetura:Aflalo & Gasparini Arquitetos - Gian Carlo Gaparini,Roberto Aflalo Filho e Luiz Felipe Aflalo Herman(autores);Eduardo Martins Ferreira e Maria Cecília Castro(Coordenação);André Becker,André Bezerra de Melo,Bruno Luchesi,Camila Vicari,Camila Roma,Cátia Portela Gonçalves,Christiane de Oliveira Campos,Fátima Moreira,Félix Araújo,Letícia Lindenberg Lemos,Marcela Monetti,Mônica Fontan Diaz,Neiva Marko Saito,Paulo Alexander Katz,Renata Arnostti,Thiago Marcelo Giannini e Fernanda Cristina Marques (equipe)
Construção:Gafisa
Acústica:Akkerman Projetos Acústicos
Ar-condiocinado:Thermoplan
Automoção predial:Soluções Inteligentes Integradas
Caixilharia:Mário Newton
Combate a incêndio:Ofos
Drenagem e impermeabilização:Proassp
Elevadores:Empro
Estacionamento:Ritti
Estrutura:França & Associados e Cyrillo Jr.Projetos de Engenharia
Estrutura metálica:Newton Nadruz e RCM
Fundação:Consultrix
Instalações:Thermoplan e Enit
Luminotécnica:Franco & Fortes Lighting Design e Studio lx
Paisagismo:Benedito Abbud
Topografia:Sergio Frazin
Tráfego:Michel Sola Consultoria
Consultorias:Oswaldo Bueno(ar-condicionado);Moyses Zimelmam(instalações,hidráulicas);José Luis Martini(instalações elétricas);DGG(granito)

Fornecedores
Schuco,RCM(caixilharia);Pisoag(piso elevado);OWA(forro);Glaverbel(vidros);Sá Mármores,Clodomármores(granito);Lumini(luminárias);Daikin(equipamentos de ar-condicionado);Docol(Metais sanitários);Deca(louças sanitárias);Neocon(divisórias sanitárias);Portobello,Cecrisa(revestimento);interface(carpetes);Concretex(Concreto);  Uniflex(cortinas e persianas);Somfy(sistema automatizado de cortinas e persianas);ThyssenKrupp(elevadores);Perc(esquadrias de madeira);Adalume(esquadrias de alúminio);Constata;GBN(estrutura);Imbrás(impermeabilização);Metalika(portas corta-fogo)

Arena Corinthians - SP by Erwin Galtier

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EM DETALHES  A OBRA DA ARENA CORINTHIANS

Sede da abertura da Copa de 2014, a Arena Corinthians tem arquitetura sóbria, definida por dois blocos unidos pela cobertura , que, iluminada por baixo, parece flutuar. Mas a aparente simplicidade resulta da aplicação de tecnologias sofisticadas, que FINESTRA mostra em detalhes e em primeira mão, nesta e nas reportagens seguintes.
o sonho de ter um estádio próprio era antigo. As tentativas
foram muitas. quatro projetos elaborados desde 1997
para o Sport Club Corinthians Paulista. Mas maio de 2011 foi o marco inicial da edificação do sonho: enfim. a arena do Corinthians começava a ser construída.
Concebido em 2010 sob a premissa de que todo torcedor deve ser tratado como igual dentro do estádio. o projeto arquitetônico  do escritório CDC Arquitetos,  em parceria com DDG Arquitetura, foi o escolhido entre participantes de um concurso privado. De acordo com o arquiteto Aníbal Coutinho, do COCA, "ele foi pensado a partir da máxima de que o Corinthians não é um time que tem uma torcida, mas uma torcida que tem um time".
O clube contratou a empresa Comperio Research, da international Stadium Group (ISG]. da Inglaterra, para mapear sua torcida. O resultado mostrou que o Corinthians tem o maior número de torcedores da classe A de São Paulo. Como é um time popular, a  intenção era que a classe A subsidiasse os ingressos para a maior parte do público.
Com isso, 114 do estádio subsidia para 314. "O Corinthians vai
ter uma política de ingressos com excepcional qualidade para todas as faixas de renda  O acabamento de todas as áreas do estádio é igual. a diferença está na visibilidade do campo e na qualidade dos serviços oferecidos. Essa foi
a maneira encontrada para distribuir internamente a renda, construindo os lugares mais baratos com a mesma manutenção e conforto dos mais caros''. diz o arquiteto. 
Com base nos dados da pesquisa. o escritório de
arquitetura examinou durante quase dois anos os extratos e o comportamento  da torcida, para chegar às características  de uso e apropriação do estádio  pelo público. Vários  pontos  foram  analisados  para  adequar os setores a cada tipo de torcedor  O clube também apresentou  uma  pesquisa de  mercado indicando a quantidade e o potencial de vendas que a arena tem, a necessidade de espaço de eventos e o que ele poderia gerar para a região. O mapeamento  foi importante  para tornar  o  equipamento  sustentável  financeiramente.
O ingresso é menos que 50% da receita do time, o restante vem de ações  de  marketing. mídia eletrônica. alimentação.  estacionamento  e eventos variados. A ssim, o estádio foi planejado para ser multifuncional. tendo
cerca de 50 mil metros quadrados de área construída destinada a eventos . É possível fazer 50 eventos

simultâneos, exceto no gramado, mas utilizando áreas vips. estacionamentos e corredores. A maior parte dessas áreas encontra  se no bloco oeste. o princ pai O segundo piso de garagem, por exemplo. foi configurado para abrigar feiras e exposições.

GEOMETRIA FUNCIONAL
O arquiteto lembra que a idéia era fugir do lugar-comum, com um desenho mais evolutivo. sem repetir
soluções passadas. O formato  retangular aproxima o público do campo e privilegia a visibilidade de todos os lados  O estádio possui quatro setores - norte.
sul. leste e oeste -. dois estacionamentos abertos. estacionamentos subterrâneos e áreas de serviço.
Sua capacidade é de 48 mil pessoas sentadas, número que aumentará para 68 mil durante os jogos da Copa.
com a instalação de arquibancadas provisórias.
patrocinador do clube,àreas de alimentação e lojas,setores vips,instalações para a impresa,vestiários,acesso ao campo de futebol e estacionamento subterranêos
Os blocos norte e sul possuem um grande vão
livre protegido por cobertura metálica suspensa a 38 metros. Com isso foi possível aproveitar a brisa dominante. privilegiando o público nas arquibancadas
e auxiliando na ventilação do gramado. A capacidade de cada um desses setores é de 7 mil assentos.
Para a Copa foram instaladas as arquibancadas provisórias. com 10 mil lugares em cada setor.
O estádio  está  no nível da avenida  Radial Leste. por onde se dá o acesso de veículos. na face norte, aos estacionamentos no subsolo. Pela avenida Miguel lgnácio Curi ocorrem os acessos nos setores leste e oeste
de veículos - para os estacionamentos abertos - e de pedestres. estes vindos a partir das estações de metrô Arthur Alvim e Corinthians itaquera . Os setores leste e oeste terão três entradas para as arquibancadas e áreas vips. Norte e sul terão um acesso para cada lado.
 A geometria também possibilitou a criação de varandas acessíveis ao público a qualquer momento. localizadas no setor leste. São quatro varandas grandes e duas plataformas por onde chegará a torcida organizada  Na quina entre os setores leste e sul encontra-se uma arquibancada com 2 mil lugares para a torcida rival. As grades de ferro em geral utilizadas para separar os setores foram substituídas por guarda-corpos e divisórias de vidro de segurança extra clear produzidos pela AGC. na França. e instalados pela T2G.
No setor oeste. em menor escala. também  existem varandas. Além delas, é possível assistir ao jogo através de telões nas áreas de alimentação. banheiro  e corredores
No total. serão 3.7 mil telas de alta definiçào. O setor tem a entrada principal marcada por uma fachada de vidro curvo,setores de bilheteria, atendimento ao consumidor,loja do clube
FATORES TÉRMICOS
Os autores buscaram uma arquitetura o mais sóbria e mínima possível num estádio  "Utilizamos poucos materiais e aproveitamos a translucidez para dar uma imagem etérea à arena; iluminamos a cobertura por baixo, criando um
efeito de flutuação dos arcos metálicos apoiados em duas caixas com frontais de vidros  translúcidos serigrafados, que bloqueiam parcialmente a incidência solar mas permitem a entrada de luz natural. otimizando o consumo energético". detalha o arquiteto   O projeto arquitetônico tirou partido do desnível de 45 metros do terreno. enterrou parte do estádio e deixou o campo exatamente no nível 777
- número de sorte do Corinthians De acordo com Coutinho. parte das fachadas está enterrada no solo e paralela
a ela foi construída uma parede de pedra equidistante sete metros do corpo do edifício. Esse vão funciona como um túnel de ventilação que circunda o estádio.
Os estudos diários sobre a incidência solar determinaram a posição dos setores e o sombreamento adequado para o gramado.Com isso,o Prédio oeste tem 14 andares e o
leste. cinco A diferença de altura. associada à cobertura inclinada no lado oeste. promove sombreamento no volume menor e em boa parte do campo em determinados horários, beneficia a ventilação e funciona como proteção acústica para as habitações que estão no entorno.

"O formato do telhado, alusivo à asa de avião, favorece a ventilação interna. porque capta o ar que entra e o
empurra para as arquibancadas . No tocante à acústica. ele reflete o som para dentro do estádio, amplificando o barulho da torcida sem deixá -lo ir para fora. Os estudos de acústica foram elaborados para que se obtivesse pouco ruído para fora e muito ruído para dentro, o
que para a torcida é muito bom", explica Coutinho.

Para o fechamento e o acabamento da cobertura. foram utilizadas quatro camadas de membranas fornecidas pela Firestone: a primeira é a Oeck metálico, com espessuras de 65 e 80 milímetros; a segunda. ISO. e a terceira. Oens-Deck. são termoacústicas e regularizadoras; e a última é a UltraPlay TPO, de fechamento. Trata-se de um termoplástico
de poliolefino flexível composto com a incorporação de
uma borracha de etileno propileno dentro de uma matriz de polipropileno. Fabricada em duas camadas por extrusão e reforçada com tecido. segundo Coutinho. "essa membrana tem vida útil grande, além de garantir a absorção parcial
do som e o retorno do excedente para dentro do estádio".

O projeto atende às questões de sustentabilidade utilizando soluções e tecnologias para garantir o uso racional de recursos naturais, economia de água ,
aproveitamento da água da chuva. diminuição e reciclagem do lixo gerado. otimização do uso de ar-condicionado. fachadas com eficiência energética, luz e ventilação  naturais. "Pé-direito alto. pouca entrada de calor. dupla parede. canais de refrigeração em volta das garagens, cores claras para refletir a luz são itens que beneficiam
a climatização e o conforto térmico no interior, na ausência do ar-condicionado. Este. por sua vez, instalado em todo o estádio, refrigera apenas as áreas que estão sendo utilizadas pelas pessoas. Tudo isso auxilia na redução do gasto energético". afirma Coutinho.
Padrão dos campos de golfe
Sob a premissa de ter o melhor gramado do mundo na Arena Corinthians, a World Sports desenvolveu um projeto exclu­sivo. utilizando grama de inverno aplicada num país tropical com o mesmo padrão adotado para os campos de golfe. O sis­tema de resfriamento
e irriga­ção com acionamento remoto  foi projetado pela empresa em parceria com a norte-ameri­cana SubAir e a irlandesa CRL. segundo o diretor da World Sports Roberto Gomide.
O sistema de refrigeração Hydronic. da SubAir. consiste em duas formas de resfriamento - por água e ar gelados.
A água gelada sai dos chillers
- os mesmos utilizados para o sistema de condicionamento do ar . e percorre 34
quilôme­tros pelo sistema de serpenti­nas instalado a 25 centímetros da superfície do campo. fazen­do a troca de calor. O ar gelado é injetado também pelo chiller e chega até as raízes e folhas.
Nos dias de inverno e chuva , o Hydronic é desativado e um outro sistema de drenagem a vácuo e insuflamento de ar é acionado para sugar a água do campo, explica o engenheiro agrônomo Fábio Câmara. diretor técnico da World Sports. Ao mudar a rotação do motor do sistema , é possível injetar ar no gramado para aumentar a oxigenação das raízes, pro­movendo crescimento radicu­lar maior da grama.

Para a colocação do gramado. primeiro foram criadas cana­letas para receber
a tubula­ção do sistema de drenagem e
insuflamento do ar. Depois foi aplicada
uma camada de dez centímetros de britas e so­bre ela foi instalado o sistema Hydronic. Na sequência, vie­ram uma camada de 20 cen­tímetros de are
ia compactada e por último uma de dez centí­metros de areia com substratos para fazer o plantio da grama.A grama de inverno tem raiz axial, não
ramificada, diferente da tradicional grama Ber­muda, cujas ramificações e rizomas deixam a planta mais resistente. facilitando a sua recomposição. A gra ma de inverno precisa ter sua semen te pla ntada para fazer a reposi­ção. Por isso. as sementes são pré-germinadas e
constante­mente se faz a semeadura do gramado. ·Apesar de os cuida­dos serem maiores. a grama de inverno permite que a bola role mais velozmente, cresce mais rápido e estetica mente é mais bonita ... explica o arqui­teto Aníbal Coutinho.

Segundo o gerente de contra­tos d a World Sports. And ré Os­ temeyer. para tornar a grama mais resistente foi
utilizado o sistema de ramificação artificial Grass Master. Trata-se de u m feixe de fibras sintéticas. disposto a cada dois centíme­tros, injetado por uma máquina dentro do gramado pronto
para que a raiz da grama se interlace nessas fibras. Com isso. a re­sistência do gramado aumenta quatro vezes.
SHOWROOM DE ACABAMENTOS
Os acabamentos são todos em preto e branco. em referência às cores do time. No vestiário dos jogadores haverá uma banheira fabricada na Itália. as paredes e pisos serão revestidos com mármore grego. tapete francês. carpete inglês. granito e porcelanato. As fachadas envidraçadas
leste e oeste receberam molduras de chapas porcelânicas. e as faces norte e sul de ambos os blocos foram totalmente revestidas com o material. Produzida na Espanha pela empresa Levantina. a chapa técnica porcelânica Techlam. segundo Meirinaldo Orlandine. diretor comercial nacional da marca no Brasil. diferente de outras chapas. é fundida à temperatura de 1.240 graus. tornando-se mais resistente.
São painéis de cinco milímetros de espessura. com uma tela especial de reforço de poliuretano colada na própria placa durante a fabricação. Essa rede confere mais segurança. evitando que a placa se rompa em caso de forte impacto.
Responsável pelo projeto executivo e instalação das chapas. a empresa GMM desenvolveu o sistema de fixação do revestimento composto  por perfis de alumínio colados com silicone estrutural na chapa. estrutura secundária e ancoragens de aço inox. Na fachada leste,as placas na cor preta possuem duas larguras  três metros e 1,90 -. mantendo a altura de um metro para ambas. Seguindo a inclinação negativa do trecho envidraçado , as placas foram fixadas no sentido  horizontal na estrutura  secundária. que  por sua vez era  presa à estrutura  metálica principal.

Nas faces norte e sul as chapas são brancas e possuem três metros de largura e um metro de altura. O sistema de fixação é o mesmo, porém os perfis de alumínio
são colados na chapa no sentido vertical e a estrutura secundária está fixada diretamente na parede de concreto. A distância entre a placa e o concreto é de 30 centímetros. Para maior segurança, as duas primeiras fileiras, a cerca de dois metros de altura das fachadas. receberam placas de dez milímetros. No restante. a espessura é de cinco milímetros. Como são fachadas ventiladas. o espaçamento entre placas é de oito milímetros e favorece a entrada e a saída do ar. além de permitir a absorção de impactos das arquibancadas e o movimento das placas nas fachadas.
Segundo Stefan Kichler Neto. diretor da GMM. as placas de Techlam revestiram 9 mil metros quadrados de área de fachada . A modulação com vãos variáveis originou placas de diversos tamanhos. cortadas em fábrica conforme projeto executivo. (Por Gilmara Gelinskd )
FIcha técnica
Obra:Arena Corinthians
Cliente:Sport Club Corinthians Paulista
Local:São Paulo,SP
Projeto:2010/2012
Conclusão da Obra:2015
Área do Terreno:198.000 metros quadrados
Área Construída:189.000 metros quadrados 

Equipe Técnica  
Arquiterura:Coutinho Diegues Cordeiro/DDG Arquitetura-Alexander Sirotheau,Andrea Pagano,Aníbal Coutinho,Antônio Paulo Cordeiro,Bruna Ferreira,Carolina Paulo,Celio Diniz,Cesar Pizzocaro,Eduardo Canellas,Eduardo Dezouzart,Henrique Sanson,Kanae Bamba,Lourenço Diegues,Luísa Gonçalves,Marcos Seriboni,Mariana Sundaus,Marina Ventura,Mário Capellaní,Paula Quintas,Pedro Durão,Pedro Pereira,Raíssa Rocha,Ricardo Cabeços,Rita Lima,Rosalia Camargo e Tiago Gualda.
Projeto de arquitetura de Interiores:Coutinho Diegres Cordeiro/DDG,Gensler,Miguel Pinto Guimarães
Construção:Odebrecht
Fachadas de Vidro:Jepracorp p/Grupo Galtier(integradora,executora e titular do contrato de empreitada das fachadas);Eleve Construções Metálicas(coautor do projeto de metálica,fabricação e instalação da estrutura metálical);Ceccato & Partners(projetos e cálculos da estrutura metálica,sistema de fachada e vidros)
Consultoria de fachadas e vidros:PCD Consultores - Paulo Duarte
Ensaios de cargas de vento das fachadas:Laboratório do Instituto Giordano (Itália)
Chapas porcelânicas:Levantina(fabricação);GMM(projeto executivo e instalação)
Projeto estrutural:escritório Werner Sobek(projeto estrutural e cálculos) 
Cobertura:Brafer Construções Metálicas e Alufer(Detalhamento,fabricação,pintura,transporte,pré-montagem e montagem das estruturas metálicas da cobertura)
Fabricação e montagem das esquadrias internas:T2G
Fachada Ventilada:GMM/Levantina(projeto e execução)
Ensaio em túnel de vento:Laboratório Wacker(Stuttgart,Alemanha)
Gramado:World Sports,SubAir,CRL
Certificação Leed:Cushman & Wakefield
Instalações:MBM,Johnson Controls,Jugend,Ofos e Osram(Projeto).Teman,Johnson Controls e Osram(Execução)
luminotecnia:TKondos,Carlos Fortes e Osram
Ar condicionado,ventilação e exaustão mecânicas e extração de fumaça:Teknika(projeto),Heating Cooling(execução)

Fornecedores

Vidros floats :AGC / Jepracorp -  Erwin Dobnig Galtier
Beneficiadora dos vidros floats:Sunglass
Sistema de fachada de estrutura de aço inoxidável e alumínio:Extrugasa
Circuito de led da fachada leste:Traxon
Sistema de guarda-corpos:Glass Vetro
Silicone estrututral:Dow Corning
Forros acústicos:OWA
Revestimento de cobertura:Firestone
Soluções tabulares:Vallourec
Fachadas ventiladas:Eliane Técnica
Pastilhas cerâmicas:Cerâmica Atlas
Louça Sanitária:Toto

Eldorado Business Tower - SP by Erwin Galtier

Eldorado_Business_tower.jpg

São Paulo - SP

Brasil

 

Ao lado do Shopping Eldorado ligado por uma passarela vedada com vidro, o Eldorado Business Tower está localizado em área estratégica,que proporciona vista para a avenida Nações Unidas, o Jockey Club e as regiões dos Jardins, da Faria Lima e da avenida Paulista. Trata-se de uma torre de 141 metros de altura e 33 pavimentos com áreas variando entre 1.950 e 2.004 metros quadrados; dotada de sofisticada tecnologia construtiva e engenhosas soluções de ocupação e circulação. O edifício aguarda a certificação de impacto ambiental do Leadership in Energy & Environmental Design (Leed), a ser emitida pelo Green Building Council Brasil.

O projeto de arquitetura criou um térreo elevado, definido como ponto principal de circulação. Nessa cota foram implantados uma grande praça, a passarela de integração com o centro de compras e os acessos ao hall do edifício. A conexão entre o térreo e o nível da rua é feita por elevadores e escadas rolantes, estas protegidas por uma caixa de vidro. A volumetria da edificação foi estudada de forma que transparecesse certa leveza e se reduzisse o impacto que sua massa pudesse causar. As fachadas ganharam soluções que intercalam  grelhas brancas e lâminas de vidro - volumes em balanço vedados com vidros verdes avançam na parte inferior das fachadas com grelhas e quebram visualmente a altura, segundo o arquiteto Roberto Aflalo Filho. São três balanços distintos: 1,27 metro nas faces curvas (voltadas para a marginal do rio Pinheiros e para o edifício do centro de compras, elas possuem curvaturas de 179 graus) e 2,73 e 3,25 metros nas retangulares. Em 29 mil metros quadrados de área de fachada, os elementos em balanço apresentam dimensões expressivas: 2.656 metros quadrados ao norte,2.155 a leste, 2.656 a sul e 2.155 a oeste.

A construtora Gafisa queria que a fachada mesclasse as cores verde e branca, mas havia a preocupação com a poluição.

Após estudos, decidiu-se pelo vidro branco serigrafado. Mas o vidro comum, quando recebe serigrafia em sua superfície branca, apresenta de um dos lados aparência meio esverdeada, proveniente da composição de sua massa, observa o arquiteto Eduardo Martins Ferreira, do escritório Aflalo & Gasperini. A opção recaiu, então,sobre um extraclear transparente, que ganhou, na face interna, pintura cerâmica serigrafada, que tem a propriedade de entrar capilarmente no vidro. Esse tratamento evita a agregação de poluentes, de modo que a manutenção da cor clara e a limpeza tornam-se mais fáceis.

Poucas estruturas metálicas e cerca de 90% de áreas envidraçadas compõem o fechamento da caixa de vidro ao nível da rua, do hall do térreo elevado,das marquises e da passarela que liga a torre ao Shopping Eldorado.

A caixa envidraçada que envolve a área de recepção e escadas rolantes tem pilares e vigas de vidros de 32 milímetros (três vidros de dez milímetros + quatro películas de PVB), que sustentam todo o sistema. Como o pé-direito sobre as escadas rolantes chega a dez metros, sendo de seis metros na entrada da caixa, foram feitas emendas de metal nos pilares de vidro, unindo uma coluna à

outra. No hall,como o piso é elevado, uma base de concreto fixa as colunas de vidro. Para ancorar essa estrutura foi criada uma outra, metálica, que consiste em pórticos de aço, contraventados através de tirantes, a fim de garantir a rigidez exigida para o conjunto. "Trata-se de uma estrutura com ligações soldadas e aparafusadas, atendendo a aspectos técnicos e estéticos",explica o engenheiro

João Antônio Portella Neto,da Construmet, encarregada da fabricação e montagem dessas estruturas metálicas.

Todo o sistema - incluindo pilares e vigas - é travado com vidro. Essa solução exigiu cuidados especiais,informa Raimundo Calixto, da empresa RCM, responsável pelos projetos de cálculo estrutural das estruturas metálicas e vidros das áreas citadas acima. A partir desses cálculos, a Jepracorp executou as paginações e planos de corte de vidros desses e de outros espaços do edifício. Segundo o engenheiro Guilherme Maynard Cerqueira, que presta serviço para a Jepracorp, o corte dos vidros foi feito a partir de medidas de projeto, tendo em vista a impossibilidade de aguardar o final da montagem da estrutura, acrescido dos 40 dias necessários para a fabricação dos vidros temperados e laminados. Por essa razão, a Jepracorp - Erwin Dobnig Galtier elaborou projeto executivo com todas as medidas dos vãos ainda sem acabamento, para entrar com o sistema e fazer a instalação. O maior desafio,explica Cerqueira, foram as pequenas interferências de cotas e de nível, que exigiram adaptações na hora da instalação.